Marketing

“O rebranding não foi só uma questão de logótipo”, diz Vera Pinto Pereira

Carla Borges Ferreira,

Fora dos festivais de verão, e no dia da conferência EDP We Choose Earth, em Munique, a administradora executiva explica as principais opções da companhia que quer "liderar a transição energética".

Vera Pinto Pereira, fotografada nos ensaios da EDP We Choose Earth

A EDP vai realizar esta quinta-feira, em Munique, a segunda edição da conferência EDP We Choose Earth, uma iniciativa que pretende juntar vozes influentes a nível internacional para debater o futuro do planeta. Depois do primeiro evento em Madrid ter reunido, de acordo com os números da empresa, cerca de três mil pessoas, a edição deste ano decorre em Munique, sendo uma conferência paralela da Smart E Europe e do Intersolar.

“É um side event, no âmbito de um evento até maior, ao qual nos associamos”, explica em conversa com o +M Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP. Para assistir ao evento presencialmente estão confirmadas cerca de 600 pessoas, estando as inscrições online ainda a decorrer. Toda a bilheteira, prossegue a responsável, reverte a favor da ONG One Tree Planted, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para proteger o ambiente através de projetos de reflorestação em todo o mundo.

Com oradores como Ban Ki-moon, antigo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Vincent Stanley, diretor de Filosofia da Patagónia ou a atriz, produtora e defensora dos direitos humanos e soluções climáticas Cate Blanchett, que estará em palco com Vera Pinto Pereira, a responsável explica que mais do que uma conferência sobre ou para o setor, “esta é uma iniciativa para todas as pessoas que queiram pensar um pouco e agir em prol de um planeta mais sustentável em todas as suas dimensões”. “Queremos trazer esta reflexão ao público em geral, acreditamos na ideia de que every small act can make a change, acrescenta.

A conferência em Munique, “um dos mercados no qual vamos investir mais nos próximos anos”, é um dos pontos altos de comunicação da EDP, e contribuiu para construir a narrativa da marca, que se pretende posicionar como líder na transição energética.

A aposta no apoio a conferências, e a participação de executivos da empresa em debates, tem sido uma das prioridades em termos de comunicação. Projetos de social engagement, a par com “projetos realizados com comunidades em todo o mundo”, são outros exemplos. “A história de marca constrói-se nestas múltiplas dimensões“, resume a responsável, que a título de exemplo de ações que visam “promover uma transição energética justa”, refere a iniciativa na Cova da Moura, em Lisboa, através da qual colocaram painéis solares nas casas de 200 famílias ou uma intervenção idêntica na Favela dos Sonos, em São Paulo.

Com a última campanha global lançada em outubro de 2023, Vera Pinto Pereira indica que ainda não está decidido se em 2024 haverá uma iniciativa idêntica, referindo, no entanto que, para a EDP We Choose Earth “houve um esforço de comunicação muito grande”.

A marca fez, a título de exemplo, capa falsa do The New York Times para comunicar a conferência

Fora dos territórios do futebol ou da música, a EDP, tradicionalmente patrocinadora dos festivais de verão, continua a apoiar o surf e atletismo, “áreas nas quais até reforçamos a participação”.

“Há dois anos fizemos uma mudança de marca importante. Quando fizemos o rebranding, não se tratou simplesmente uma alteração de logótipo”, sintetiza, Vera Pinto Pereira. “Uma marca não é um logótipo. Não é uma identidade visual, não é um nome ou uma campanha criativa. Uma marca é um conjunto de valores com um posicionamento específico. E é uma narrativa de um negócio”, afirmava na altura a responsável, na entrevista que antecipou a mudança de identidade.

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