Nos Alive arranca esta quinta-feira. Espera-se impacto económico de 60 milhões de euros
No total são sete palcos, 114 artistas e 121 atuações que prometem três dias de muita música, mas também um impacto económico de 60 milhões de euros, gerado por cerca de 100 mil pessoas.
O festival Nos Alive arranca esta quinta-feira para mais uma edição, trazendo nomes como Dua Lipa, Arcade Fire, Pearl Jam, The Smashing Pumpkins, Benjamin Clementine ou Sum 41 ao Passeio Marítimo de Algés. Além da música e convívio entre os dias 11 e 13 julho, espera-se também um impacto económico na ordem dos 60 milhões de euros, segundo Álvaro Covões, diretor-geral da Everything Is New, promotora do festival.
No entanto, diz Álvaro Covões numa conversa com o +M à margem da apresentação do evento à comunicação social, “há algo que não se consegue medir”, que é o aumento da estadia por parte dos estrangeiros que vão ao festival.
Segundo o responsável, 80% dos 20 mil estrangeiros que vão ao festival ficam cinco dias ou mais no país. Tendo em conta que em Portugal a estadia média de um turista é de 2/3 dias, segundo Álvaro Covões, este dado reforça “a importância de eventos como o Nos Alive”.
Além disso, o responsável diz estar convencido que o impacto real seja “muito maior”, uma vez que os estudos apenas medem o impacto na área metropolitana de Lisboa, sendo que este ano a organização vai tentar perceber para que outros locais os visitantes vão após o festival, quer sejam estrangeiros ou portugueses.
O diretor-geral da Everything Is New faz também um paralelismo entre os hábitos culturais dos países e a sua capacidade de criar mais riqueza, exortando as empresas a “adotar projetos de responsabilidade cultural”.
Um povo que tem hábitos culturais – lê jornais e livros, vai ao teatro, se interessa por música ou artes plásticas – enriquece pessoalmente e vai produzir mais e viver melhor. Portanto acho que as empresas têm que adotar projetos de responsabilidade cultural, incentivando em primeiro lugar os trabalhadores e parceiros a adquirir mais hábitos culturais, e depois os clientes.
“Acho que em Portugal temos um desafio muito importante que é atingir o nível de vida e de criação de riqueza dos países mais ricos da Europa. E não deixa de ser interessante analisar que esses países têm hábitos culturais muito altos. Portugal, curiosamente, tem vindo a cair, e neste momento somos o país com os hábitos culturais mais baixos e somos quase o país na Europa que menos riqueza cria”, argumenta.
Segundo Álvaro Covões, “um povo que tem hábitos culturais – lê jornais e livros, vai ao teatro, tem interesse por música ou artes plásticas – enriquece pessoalmente e vai produzir mais e viver melhor”, pelo que “as empresas têm que adotar projetos de responsabilidade cultural, incentivando em primeiro lugar os trabalhadores e parceiros a adquirir mais hábitos culturais, e depois os clientes“.
“E não tem que ser música – isto não sou eu a querer vender bilhetes – estou a falar de cultura“, acrescenta.
Para os três dias do festival – dois deles já esgotados, à data da conversa – estão previstos cerca de 165 mil visitantes, naquilo que se traduz numa média de entre 90 a 100 mil pessoas únicas, porque há várias que vão ao festival mais do que um dia.
Este número de visitantes permite que a principal fonte de receita ainda seja a bilheteira. No entanto, ressalva Álvaro Covões, são as marcas quem ajudam a garantir preços de bilhetes mais baixos do que aqueles que são praticados na generalidade dos outros países da Europa, sendo que “o cachet dos artistas não diminui pelo facto de o evento ser em Portugal”.
“Os patrocínios ajudam-nos a tornar o preço do bilhete mais baixo“, sintetiza, adiantando que a bilhética representa cerca de 65% da receita total, enquanto a quota dos patrocínios e a exploração de food & beverages e de merchandising deve rondar os 35%.
Esta associação das marcas ao festival, que permite oferecer cada vez mais serviços e melhores condições, deve-se ao facto de a música ser um território apetecível, segundo Álvaro Covões. “A música, a par do desporto, é talvez o território mais interessante para qualquer marca comunicar com os seus clientes ou futuros clientes, sendo que o da música tem a vantagem de que ninguém está contra ninguém, ao contrário do desporto”, diz.
A opinião é corroborada por Daniel Beato, administrador executivo da Nos, marca naming sponsor do evento, que considera que a música é um “território natural” para a Nos mostrar a sua tecnologia enquanto “potencia vivências, experiências, ligações entre as pessoas”, o que justifica o patrocínio da operadora ao festival desde a sua primeira edição, há 16 anos .
Diria que é um dos maiores investimentos de marketing de marcas em Portugal num único evento. Não é um custo, é um investimento que tem um retorno bastante grande para nós e que faz sentido
“É também naturalmente um espaço único para mostrar a tecnologia em ação e levantar um bocadinho o que é o futuro e como é que a tecnologia vai potenciar isso tudo. Olhamos para este investimento como uma forma de mostrar aos nossos clientes o nosso compromisso com Portugal e a cultura no país – que é um tema bastante central para a Nos – e por outro lado é também uma forma e um local onde podemos demonstrar a nossa tecnologia“, justifica o responsável da marca, ao +M.
Sem detalhar valores, Daniel Beato refere que este patrocínio é um “grande investimento”, o maior do ano na área do marketing. “Diria que é um dos maiores investimentos de marketing de marcas em Portugal num único evento. Não é um custo, é um investimento que tem um retorno bastante grande para nós e que faz sentido”, afirma.
Para lá do suporte tecnológico que dá ao festival, a Nos volta também a desenvolver várias ativações, sendo que este ano a novidade alvo de destaque passa pela realização do “primeiro concerto 5G para pessoas surdas em Portugal, através de coletes sensoriais que vão transmitir todas as emoções do espetáculo da Dua Lipa e de uma app que os irá ajudar a acompanhar as letras da artista anglo-albanesa através de legendagem e língua gestual portuguesa em vídeo”, explica-se em nota de imprensa. A iniciativa conta com a colaboração da Access Lab.
Já entre os premium sponsors encontram-se as marcas Heineken, Novobanco, Fidelidade, EY, Tezenis e a Câmara Municipal de Oeiras. Como official sponsors, figuram as marcas Solverde.pt, Samsung, Hyundai, Delta, Triden, Oreo, Casal Garcia, Licor Beirão, Control, Joaquim Chaves Saúde, Sporting CP, Fnac, Asus, Coca-Cola e Inocos.
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