Franceses “chapam” nova fábrica em Arcos de Valdevez para chegar a 50 milhões e 200 empregos

Com 94 trabalhadores e vendas de 8,6 milhões no Alto Minho, Nexteam entra no negócio das chapas metálicas e já procura terrenos num raio de 5 quilómetros para construir novas instalações industriais.

O grupo francês Nexteam, que produz componentes para o setor aeronáutico e da defesa em Arcos de Valdevez, entrou no negócio das chapas metálicas com o objetivo de aumentar a produção e planeia mudar de instalações industriais no Alto Minho, preferencialmente mantendo-se no mesmo concelho.

Com estes investimentos, que não quantifica, a empresa do distrito de Viana do Castelo, especializada em maquinação de alta precisão e fundição, prevê em oito anos chegar a uma faturação de 50 milhões de euros e alcançar os 200 postos de trabalho até 2027.

“Queremos construir uma nova fábrica de raiz perto do local onde estamos [Arcos de Valdevez], dentro de três anos. Caso contrário vamos bloquear o crescimento porque não temos espaço”, refere Ulisses Freitas, diretor geral da fábrica da Nexteam em Portugal, em declarações ao ECO.

Se uma empresa em Portugal que trabalhe para o setor aeronáutico não crescer 15% a 20% ao ano, então está com algum problema.

Ulisses Freitas

Diretor geral da fábrica da Nexteam em Portugal

O gestor industrial salienta que “se uma empresa em Portugal que trabalhe para o setor aeronáutico não crescer 15% a 20% ao ano, então está com algum problema”. Ulisses Freitas explica que essa questão pode colocar-se “não porque não [haja] procura, mas porque não consegue crescer do ponto de vista da capacidade, recrutamento e investimento em novas máquinas“.

O diretor geral adianta que a empresa já está “intensivamente” à procura de novas instalações e, inclusive, já têm em cima da mesa “soluções arquitetónicas” e “o projeto de investimento a nível de máquinas, robotização e automação”. Pretende instalar esta nova unidade num raio de cinco quilómetros, para conseguir ficar próxima de atuais parceiros industriais, como a vizinha e também francesa Satys (tratamento e pintura de superfícies para o setor da aeronáutica, espaço e defesa).

Ulisses Freitas, diretor de fábrica da Nexteam Portugal

Já em funcionamento e com três funcionários está a nova divisão da chapa metálica (sheet metal), inserida nas atuais instalações em Arcos de Valdevez. O objetivo passa por chegar aos 50 trabalhadores neste segmento até 2026. Com a unidade de produção da chapa metálica e da maquinação, Freitas espera chegar à meta de 200 pessoas dentro de três anos.

Especializada em maquinação de alta precisão, a Nexteam emprega atualmente 94 pessoas e fechou o exercício de 2023 com um volume de negócios de 8,6 milhões de euros em Portugal, o que representa um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. Tem como principais clientes os grupos Safran, Dassault Aviation, Airbus e UTC Aerospace Systems.

A empresa foi fundada em 2001 com o nome MPV (Mecânica de Precisão do Vez), tendo dois anos depois sido adquirida pela Ventana, que integra o grupo Nexteam. Atualmente, o conglomerado francês emprega um total de 2.400 pessoas e soma 23 unidades de produção em seis países: Tunísia, Marrocos, Portugal, França, Roménia e Polónia.

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