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Publicidade mais inclusiva gera melhores resultados junto do consumidor, revela estudo

Rafael Ascensão,

Segundo o estudo, há "fortes evidências empíricas" que mostram que as marcas que incluem representações publicitárias de género mais positivas apresentam um melhor desempenho comercial.

A publicidade que apresenta representações mais autênticas e positivas das mulheres gera melhores resultados comerciais e junto do consumidor. Esta publicidade mais inclusiva beneficia a relação do consumidor com a marca em termos de lealdade, avaliação e poder de preço (pricing power).

Na verdade, marcas que dão mais atenção a representações positivas de mulheres na sua publicidade têm uma probabilidade 62% maior de serem a primeira escolha do consumidor. Ao mesmo tempo, as marcas mais inclusivas apresentam um poder de preço (conseguir praticar preços acima dos concorrentes) 54% superior ao das marcas com as pontuações mais baixas em termos de publicidade inclusiva.

As conclusões são do estudo “Inclusion = Income: The Business Case for Inclusive Advertising“, da Unstereotype Alliance, que analisou 392 marcas de diferentes países oriundas de 58 países, entre 2020 e 2023, e que mostra que além de ajudar na prossecução de objetivos éticos, a publicidade inclusiva pode também ajudar a gerar melhores resultados financeiros.

Segundo o mesmo, as marcas que apresentam práticas de publicidade mais inclusivas vendem mais 3,46% (a curto prazo) e 16,26% (a longo prazo). Além disso, estas marcas são capazes de recolher maior “curiosidade” mas também fidelidade junto do cliente, uma vez que apresentam uma probabilidade 8% superior de serem experimentadas e 23% menor de serem descartadas após o “teste”.

As marcas com melhor desempenho em representações femininas positivas em anúncios são também encaradas como mais diferenciadoras (+12,1%), mais relevantes (+9,4%) e mais significantes (+8,3%).

Estes benefícios comerciais apresentados por insígnias com práticas publicitárias mais inclusivas não são exclusivos de determinadas marcas, setores ou geografias, uma vez que “são encontrados independentemente da categoria do produto ou do mercado geográfico“, sublinha o estudo.

Com base nestas conclusões, torna-se indispensável para as empresas abraçar a publicidade inclusiva, não como algo ‘bom de ter’, mas como algo vital para operações comerciais saudáveis e responsáveis, resultando num maior sucesso financeiro mas também contribuindo para um progresso social positivo“, refere-se no “Inclusion = Income: The Business Case for Inclusive Advertising”.

Na publicação defende-se ainda que é “relativamente fácil” para as marcas adotarem práticas publicitárias mais inclusivas, referindo que as campanhas que obtiveram melhores pontuações e que indicaram práticas publicitárias mais neste sentido evitaram ativamente representações de personagens que perpetuassem estereótipos de género.

“Por exemplo, a representação feminina estereotipada pode reduzir a personagem a um simples objeto de interesse, em vez de uma consumidora de espírito independente. Da mesma forma, os estereótipos masculinos, como o ‘pai incompetente’, que provavelmente se vai prejudicar – a si e a outros – se tentar realizar uma tarefa doméstica, foram simplesmente evitados pelas marcas que alcançaram melhores pontuações”, explica-se.

“As conclusões sugerem, portanto, que os passos que as marcas precisam de tomar em relação às práticas de publicidade inclusiva não precisam de ser excessivamente complicados. As marcas podem simplesmente evitar a perpetuação de estereótipos e representar autenticamente as comunidades em toda a sua rica diversidade“, aponta o estudo.

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