Produtor do Douro compra 10 hectares de vinha velha em Trás-os-Montes para reforçar mercado de luxo

Com a compra da nova vinha velha, o produtor transmontano aumenta a capacidade de produção para cerca de 30 mil garrafas de vinho premium, reforçando o posicionamento no mercado de luxo.

António Boal, da Costa Boal Family Estates22 julho, 2024

A arrancar em breve com a construção de um hotel de quatro estrelas num investimento de três milhões de euros, o produtor António Boal, da Costa Boal Family Estates, compra agora uma vinha velha com mais de 65 anos, em Trás-os-Montes, para reforçar o posicionamento da marca na produção de vinhos premium e responder à crescente procura por este segmento de luxo.

São 10 hectares território, em Mirandela, somando agora um total de 22 hectares de área de vinha velha que o produtor tem em Trás-os-Montes e que lhe vai permitir aumentar a capacidade de produção para cerca de 30 mil garrafas de vinho.

Esta aquisição insere-se no âmbito da estratégia da empresa de vingar no mercado dos “vinhos premium” que tem cada vez mais procura, principalmente do mercado brasileiro que está em crescendo e tem um peso de 30% nas vendas seguido do mercado nacional (60%).

O objetivo desta compra é aumentar a qualidade dos vinhos em portfólio, uma vez que os consumidores optam cada vez mais pela qualidade, por gamas altas.

António Boal

CEO da Costa Boal Family Estates

“O objetivo desta compra é aumentar a qualidade dos vinhos em portfólio, uma vez que os consumidores optam cada vez mais pela qualidade, por gamas altas”, começa por assinalar António Boal em declarações ao ECO/Local Online. Foi, aliás, para responder à crescente procura por vinhos premium, que o empresário investiu recentemente meio milhão de euros num espaço de armazenamento e engarrafamento de vinhos DOC Douro, na zona industrial de Vila Real.

“Sempre sublinhei o quanto acredito no potencial das vinhas velhas pelos vinhos extraordinários que nos permitem criar“, nota o produtor que vai agora entrar no mercado do azeite gourmet com a compra de um hectare de Olival.

Em breve, arranca a obra do projeto de enoturismo na Quinta de Arufe, em Favaios, com a construção de um hotel quatro estrelas, com adega e restaurante numa quinta com vinha de cinco hectares, num investimento superior aos três milhões de euros. A unidade hoteleira deverá abrir as portas no início de 2026 e atrair maioritariamente turistas do mercado francês, britânico e brasileiro.

A história do património vitivinícola da empresa começou a escrever-se em 1857, na aldeia de Cabeda, no planalto de Alijó (Vila Real), onde ainda existe a antiga adega da família datada desse mesmo ano. Requalificada em 2014, a adega mantém os lagares tradicionais de granito onde ainda se pisa a pé as uvas. “É aqui que repousam os Vinhos do Porto velhos e muitos velhos da Costa Boal, bem como outros mais recentes”, conta o produtor.

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