Liga avalia “abrir capital” da empresa que vai centralizar direitos televisivos no futebol português
Vários fundos internacionais já manifestaram interesse nos direitos de transmissão da liga. Novo modelo tem de ser apresentado até ao fim da próxima época desportiva para vigorar a partir de 2028/29.
André Mosqueira do Amaral, CEO da Liga Centralização, a unidade de negócios criada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para gerir o processo de centralização dos direitos de transmissão em Portugal, está a avaliar se “faz sentido” vender uma parte do capital dessa empresa, tal como aconteceu em Espanha. “Ainda não é claro se há benefício em abrir o capital da empresa”, referiu
Em entrevista à Bloomberg, André Mosqueira do Amaral, antigo banqueiro no UBS e no Credit Suisse, diz que está “à procura de um modelo que maximize o valor dos direitos através de um processo competitivo e transparente no mercado”, visando gerar mais receitas para a Liga e ter uma distribuição mais equitativa entre os clubes nacionais.
Foi a 25 de fevereiro de 2021, o Governo então liderado por António Costa aprovou, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que determina a comercialização centralizada dos direitos televisivos dos jogos da I Liga e II Liga, a partir de 2028/29, mediante um modelo a apresentar à Autoridade da Concorrência (AdC) até final da época desportiva de 2025/26.
Vários fundos internacionais já manifestaram interesse neste dossiê, com duas das três ofertas a colocarem mesmo valores em cima da mesa, avaliando a liga portuguesa entre os mil milhões e os 2,5 mil milhões, como o ECO avançou em primeira mão em janeiro do ano passado.
- O fundo Quadrantis, que tem no consórcio a 777 Partners e terá também o apoio da Apollo e da KPMG, valorizou a Liga portuguesa em cerca de 2,5 mil milhões de euros, um valor que resulta do múltiplo de dez vezes (referência da La Liga espanhola) em relação à receita prevista para os três primeiros anos (250 milhões), um valor que subirá para 350 milhões nos sete anos seguintes. Este consórcio propõe-se a injetar 500 milhões de euros a troco de 20% da Liga Centralização, e num modelo de partilha de receitas.
- Já a proposta do consórcio da CVC e Fortitude prevê um investimento entre 250 milhões e 350 milhões por uma participação de 25%-30% da Liga Centralização. Ou seja, avalia os direitos da Liga entre mil milhões e 1,4 mil milhões, abaixo da proposta do outro fundo, embora sem um modelo de partilha de receitas que, segundo prevê, serão da ordem dos 180 milhões de euros por ano.
- A terceira oferta tem uma lógica diferente: o consórcio da consultora BCG e do banco Nomura apresentou-se com uma proposta para prestar assessoria na organização de todo o processo de centralização, desde o desenho da estratégia até ao processo de venda e negociações com os potenciais investidores que, segundo garantiu, serão muitos.
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