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Trabalhadores da dona da Visão recebem 25% do salário de maio, mas mantêm greve. Publicações podem não chegar às bancas

Lusa,

A adesão à greve é superior a 50%, sendo que a Visão, a Caras e a Telenovelas correm o risco de não chegar às bancas na próxima semana, avança fonte sindical.

Os trabalhadores da Trust in News (TiN), dona de publicações como a Visão, Caras ou Exame, receberam os primeiros 25% do salário de maio na véspera da greve que começou esta sexta-feira, mas mantém-se em protesto até que a empresa pague a totalidade das dívidas.

“Apesar disso [pagamento], a decisão dos trabalhadores de cumprirem o pré-aviso de greve mantém-se, até que a empresa pague a totalidade das verbas em dívida, mesmo que isso afete a produção dos títulos do grupo, como a Visão, Caras, Exame, Ativa ou Jornal de Letras”, avançou o Sindicato dos Jornalistas, em comunicado.

Os trabalhadores da TiN iniciaram esta sexta-feira uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso. Reunidos em plenário, a 30 de maio, os trabalhadores já tinham aprovado recorrer à greve, caso não recebessem o salário e subsídio de refeição de maio e os 20% que ainda não tinham recebido referentes ao mês de abril. Embora os 20% do vencimento de abril e 25% do ordenado de maio já tenham sido liquidados, mantém-se em dívida 75% do vencimento de maio, o subsídio de alimentação e o subsídio de férias.

A adesão à greve por parte dos trabalhadores é superior a 50%, sendo que a Visão, a Caras e a Telenovelas correm o risco de não chegarem às bancas na próxima semana, avançou fonte sindical.

Dezenas de trabalhadores da TiN concentraram-se esta manhã em frente à sede da empresa, em Oeiras, numa ação de protesto na sequência de uma greve por tempo indeterminado que se iniciou hoje por falta de pagamento de subsídios e salários em atraso.

Em declarações à Lusa, a delegada sindical Clara Teixeira avançou que os títulos semanais Visão, Caras e Telenovelas podem não chegar às bancas na próxima semana devido à greve, acrescentando que a adesão nas redações “pode rondar os 80%” entre os jornalistas, gráficos e fotógrafos.

O Sindicato dos Jornalistas reuniu-se também com o sócio-gerente, Luís Delgado, para discutir a situação da Trust in News (TiN), a poucas horas do início da greve visando apurar se haveria margem para o pagamento das remunerações em atraso, porém não recebeu qualquer garantia de que os créditos laborais viessem a ser pagos nos próximos dias ou semanas.

De acordo com o sindicato, Luís Delgado argumentou que não tem ainda a ‘luz verde’ da juíza do processo de insolvência para dar cumprimento à decisão dos credores que lhe permite regressar à gestão da TiN, solução que a maioria dos trabalhadores rejeitou na assembleia de credores do dia 29 de janeiro.

O ainda dono da TiN referiu que o administrador judicial em exercício, nomeado pelo tribunal, “está limitado na sua atuação porque teve de pagar impostos à Autoridade Tributária e contribuições à Segurança Social, para não incorrer num crime, e que por isso não foi ainda possível liquidar os salários na sua totalidade”.

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