Netflix admite recurso pela primeira vez a IA generativa em série de televisão
A novidade foi revelada no dia em que a Netflix anunciou uma subida de 16% nas receitas do trimestre abril-junho para 11 mil milhões de dólares.
A produtora e plataforma de streaming Netflix revelou, na quinta-feira, o recurso, pela primeira vez, a ferramentas de Inteligência Artificial (IA) generativa para a série televisiva “O Eternauta”, para reduzir custos de produção.
Numa apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, feita por videoconferência, o co-administrador da Netflix, Ted Sarandos, disse que o recurso a IA generativa permitiu completar uma sequência daquela série argentina mais depressa e com menor custo.
“Continuamos convencidos de que a IA representa uma oportunidade incrível para ajudar os criadores a fazerem melhores filmes e séries, não apenas mais baratos”, disse Sarandos, dando como exemplo a vantagem de uso de IA em produções de baixo orçamento.
No caso da série de ficção científica argentina “O Eternauta”, de Bruno Stagnaro, baseada numa BD de Héctor Oesterheld e Francisco Solano López, Ted Sarandos disse que a ferramenta tecnológica permitiu fazer uma sequência do colapso de um edifício em Buenos Aires dez vezes mais depressa do que com os efeitos especiais mais tradicionais. “Os criadores ficaram bastante contentes com o resultado”, disse.
A novidade foi revelada no mesmo dia em que a Netflix, uma das maiores plataformas de streaming a nível global, anunciou uma subida de 16% nas receitas do trimestre abril-junho para 11 mil milhões de dólares (9,4 mil milhões de euros) face a igual período de 2025.
O aumento é justificado pelo sucesso da terceira e última temporada da série sul-coreana “Squid Game”, que somou 122 milhões de visualizações. O recurso a ferramentas de Inteligência Artificial tem levantado várias questões na indústria cinematográfica e audiovisual, sobretudo pela possibilidade de cortes ou substituição de postos de trabalho e sobre direitos autorais.
Ted Sarandos contrapõe, citado pelo jornal The Guardian, dizendo que “são pessoas reais a fazer trabalho real com ferramentas melhores”. “Penso que estas ferramentas estão a ajudar os criadores a expandir as possibilidades de contar histórias no ecrã e isso é infinitamente entusiasmante”, disse.
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