Sondagem. Pedro Duarte e Manuel Pizarro empatados no Porto
A coligação de direita parte em ligeira vantagem com 25,9% das intenções de voto, mas o PS colhe 25,8%. Em terceiro lugar, está o Chega com 8,2%, revela uma sondagem da Pitagórica.
As eleições autárquicas no Porto vão ser muito renhidas e o desfecho ainda é incerto: Pedro Duarte, que lidera a coligação “O Porto, Somos nós” (PSD/CDS/IL), e Manuel Pizarro, que encabeça a lista do PS, estão taco a taco para ganhar a câmara da Invicta, segundo uma sondagem da Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, ECO, TSF, JN e Sol, divulgada esta quarta-feira. A coligação de direita colhe 25,9% das intenções de voto e logo atrás, a uma distância de apenas 0,1 pontos percentuais, surge a candidatura socialista com 25,8%. Trata-se de um empate em toda a linha. Os indecisos, que representam 21,8% dos inquiridos, vão ser determinantes para o resultado final.
Em terceiro lugar, surge o Chega, encabeçado por Miguel Côrte-Real, com 8,2% das intenções voto; em quarto, está o independente Filipe Araújo com 5,4%; em quinto, Hélder Sousa, do Livre; e, empatados em sexto, a coligação “Porto Primeiro” (NC/PPM), liderada por Nuno Cardoso, e a candidata da CDU Diana Ferreira, ambos com 2,6%. Um pouco mais atrás, o BE de Sérgio Aires capta apenas 2,2% das intenções de voto.
Mesmo com a distribuição dos indecisos, o resultado final não se altera significativamente. Mantém-se o empate entre Pedro Duarte, com 33,1%, e Manuel Pizarro, com 32,9%, embora a distância entre os dois oponentes aumente ligeiramente. O Chega mantém-se posicionado em terceiro lugar e o independente Filipe Araújo em quarto.
O social-democrata colhe mais intenções de voto junto da classe alta e média e da população jovem e adulta do sexo masculino, com idades compreendidas entre 18 e 24 anos e entre 45 e 65 anos. Já o socialista consegue captar mais eleitores da classe média baixa e entre os mais idosos, com 65 ou mais anos, essencialmente junto das mulheres.
PSD perde eleitores para o Chega
Analisando a transferência de voto das autárquicas de 2021 para o sufrágio deste ano, verifica-se que Pedro Duarte consegue segurar pouco mais de metade dos seus eleitores (54,1%) de há quatro anos e é o que mais perde para o Chega (17,3%). Há ainda uma fatia considerável de indecisos: 19,4%.
Os socialistas parecem mais fiéis, conseguindo reter cerca de dois terços (69,2%) dos votantes das últimas autárquicas, ainda assim 16,2% estão indecisos. O eleitorado de Rui Moreira, atual presidente da Câmara que não se recandidata por ter esgotado o limite de mandatos, pode baralhar as contas. Quem votou em Moreira há quatro anos agora está muito dividido. Um terço desse eleitorado pensa em votar na candidatura de Pedro Duarte, mas 20,4% equaciona colocar a cruz em Manuel Pizarro, sendo que quase um quarto (23,4%) dos votantes estão indecisos
No caso do Chega, 58,8% dos eleitores que escolheram o partido há quatro anos tencionam repetir a intenção de voto, mas uma fatia considerável (17,6%) foge agora para a candidatura de Pedro Duarte, preterindo para segundo plano Miguel Côrte-Real. Verifica-se aqui uma transferência de votos entre a coligação liderada pelo PSD e a candidatura do Chega que pode ser fundamental para o desfecho da ida às urnas.
Fragmentação à esquerda do PS e o peso do voto útil
Há ainda uma fragmentação assinalável do eleitorado mais à esquerda do PS, que também pode influenciar as contas. No caso do Bloco de Esquerda, apenas 28% dos seus votantes tencionam desenhar a cruz na candidatura bloquista de Sérgio Aires e há uma sangria de eleitores para o PS (20%), eventualmente a pensar no voto útil, sendo que 40% ainda estão indecisos. Verifica-se ainda uma transferência de eleitores do Livre para o PS: 27,8% dos que votaram no partido de Rui Tavares nas autárquicas de 2021 querem agora votar em Pizarro.
No PAN, quase metade dos eleitores (44,4%) não sabe em quem colocar a cruz no boletim, existindo uma dispersão dos inquiridos entre a candidatura de Pedro Duarte, do PSD, de Miguel Côrte-Real, do Chega, Sérgio Aires, do BE, Filipe Araújo (independente) e Hélder Sousa, do Livre.
Apenas a CDU consegue manter o seu eleitorado fiel, com 60,9% a repetir a intenção de voto nos comunistas. Ainda assim, 8,7% dos eleitores pensa votar em Pizarro e 13% está indeciso.
Se compararmos com as legislativas de 2025, Pedro Duarte segura apenas 54,8% dos eleitores da AD (Aliança Democrática), havendo uma percentagem considerável de indecisos (21,6%). Já o PS retém 71,2% dos eleitores das legislativas de 18 de maio.
No caso do Chega, também a maioria dos votantes (59,5%) mantém-se fiel, mas parte do eleitorado decide agora desenhar a cruz na candidatura socialista de Manuel Pizarro (19%). Também observa-se uma transferência do eleitores comunistas para a lista do PS: a CDU segura apenas metade do seu eleitorado, sendo que 9,1% dos votantes tencionam agora escolher a candidatura socialista. Igual proporção de eleitores deverá optar antes pela lista do Bloco de Esquerda.
Pizarro e Pedro Duarte também estão quase empatados no que diz respeito à candidatura mais bem preparada. Pouco mais de um terço (33,8%) dos inquiridos elege o socialista, mas um quarto (25%) escolhe o social-democrata. Mais atrás surge o independente Filipe Araújo (7,5%) e Miguel Côrte-Real (2,7%).
Analisando as candidaturas com melhores propostas, Pedro Duarte até ultrapassa Pizarro (20,2%), com mais eleitores (23,2%) a escolher o social-democrata como o mais bem posicionado. Miguel Côrte-Real, do Chega, tem a pior classificação. Quase metade (43,5%) considera que é o candidato mais distante do eleitorado.
No cômputo geral, a maioria (38,2%) acha que Pizarro vai ganhar as eleições contra 29,8% que indicam que o vencedor será Pedro Duarte.
Câmara do Porto passa no exame sem distinção
Na avaliação ao desempenho da Câmara de Porto, de Rui Moreira, os inquiridos dão uma nota média de 12,2 valores, numa escala de zero a 20. Ou seja, a autarquia passa no exame mas sem distinção, sendo que 22% reprova e só uma minoria (20%) dá notas elevadas, entre 16 e 20 valores.
Para a maioria dos eleitores do Porto, as áreas de extrema importância para o próximo presidente da Câmara são, por ordem decrescente: transportes, trânsito e estacionamento; seriedade e transparência na gestão camarária; e apoio a idosos e a pessoas vulneráveis.
Para o eleitorado de Rui Moreira e de Manuel Pizarro, a “seriedade e transparência na gestão camarária” é a área mais importante, colhendo, respetivamente 75% e 71% das preferências dos seus votantes. Já os eleitores da coligação de Pedro Duarte elegem a área de transportes, trânsito e estacionamento como a primeira prioridade para o futuro executivo camarário. Em terceiro lugar, os eleitores das três forças partidárias escolhem o apoio a idosos e pessoas vulneráveis.
Ficha Técnica:
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNNPortugal, ECO, TSF e JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos eleitores recenseados no concelho do Porto sobre temas relacionados com as eleições autárquicas de 2025. O trabalho de campo decorreu entre os dias 29 de setembro e 4 de outubro de 2025.
A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados no concelho do Porto e foi devidamente estratificada por género, idade e freguesia. Foram realizadas 1229 tentativas de contacto, para alcançarmos 625 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 50,85%. As 625 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/-4,00% para um nível de confiança de 95,5%.
A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional.
A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.
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