Regiões de Lisboa e Porto concentram mais de 40% do poder de compra nacional

Áreas do Porto e Lisboa concentram maioria do poder de compra. Com 37% da população, acumulam 43,5% do total nacional. Na Madeira e Açores, realidades das capitais acentuam a disparidade regional.

O estudo sobre o poder de compra concelhio, revelado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quinta-feira, mostra prevalência do poder de compra mais elevada em capitais de distrito. Fora destas, destaca-se Oeiras. A Área Metropolitana do Porto e a Grande Lisboa acumulam 43,5% do poder de compra nacional, acima da percentagem de população que albergam, 36,9%. Quando considerado todo o Norte do país, atinge-se quase 60%.

Segundo os dados do INE, o Indicador per Capita (IpC), em que o valor 100 representa a média nacional, é genericamente negativo nas regiões. Só a Grande Lisboa é a exceção que confirma a regra. A vitalidade do poder de compra per capita é tal que Amadora, Cascais, Loures e Mafra, acima da média nacional, estão abaixo do patamar regional. No cômputo geral do país, 10% dos municípios portugueses, 31 entre o total de 308, apresentam poder de compra per capita (IpC) superior à média nacional.

No concelho de Lisboa está o IpC mais elevado no país (181,3), seguido de Porto (162,2) e Oeiras (150,1). Nas franjas das duas capitais de distrito, abaixo de Oeiras, Matosinhos tem um IpC de 119,6 Cascais está nos 117,5 e São João da Madeira nos 111,5.

Nas disparidades inter-regionais, destaque ainda para as capitais das duas regiões autónomas. Apesar de os Açores mostrarem um nível de poder de compra per capita abaixo da média nacional (87,6) e a média dos concelhos da Madeira não ir além dos 88,1, as suas capitais superam o IpC de 100: Funchal nos 109,1 e Ponta Delgada nos 102,2.

Já no continente, Alcochete, com 117,8 de IpC, apresenta-se como o município com cidadãos mais abonados na península de Setúbal, e, no mesmo distrito, Sines atinge os 124,2 (acima dos concelhos limítrofes de Lisboa e Porto, excetuando Oeiras).

Fonte: INE

No polo contrário, o Norte, do Douro e Minho a Trás os Montes, concentra 70% do “top 10” dos concelhos onde o IpC é menor – na Madeira estão mais dois e na Beira Baixa um outro.

O caso do Norte é particularmente relevante à luz da análise do INE ao outro indicador apontado neste estudo, a Percentagem de Poder de Compra (PPC). Apesar de ter sete dos dez municípios com índice de poder de compra mais baixo no país, o Norte apresenta um PPC regional equivalente a 32,6% do total nacional, acima até dos 25,5% da Grande Lisboa.

Somadas as duas parcelas do território nacional, temos aqui concentrado quase 60% do poder de compra do país.

Na análise individual dos municípios, Lisboa tem 9,7% do PPC, o Porto 3,8% e, acima de 1%, mais 21 concelhos: Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira; Gondomar, Maia, Matosinhos, Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia; Almada e Seixal (Península de Setúbal); Guimarães e Vila Nova de Famalicão (Vale do Ave), Funchal e as capitais de distrito Braga, Coimbra, Leiria e Setúbal.

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