Franceses do Naval Group otimistas sobre venda de fragatas à Marinha nacional

No dia em que os italianos da ministros da Defesa de Portugal e Itália assinaram um protocolo de cooperação, a Naval acredita que vai superar a concorrência da Fincantieri

Está acesa a disputa entre o grupo francês Naval e o italiano Fincantieri para ganharem o contrato de venda de fragatas à Marinha Portuguesa, que podem custar vários milhares de milhões de euros. No dia em que os ministros da Defesa de Portugal e Itália assinaram uma declaração de intenções sobre cooperação, sobretudo com incidência na indústria, e em que várias empresas italianas estão na capital lisboeta em contactos com autoridades e empresas nacionais, os concorrentes franceses continuam convictos da sua possibilidade de fechar o negócio.

Ao ECO/eRadar, fonte oficial do Naval Group mostra-se confiante de que, no final, tem boas hipóteses de ficar com o contrato, apesar da recente e forte investida italiana. “Não só acreditamos que ainda é possível, como estamos convencidos de que a proposta do Naval Group é a melhor e mais racional escolha para a Marinha Portuguesa e para as autoridades portuguesas. Oferecemos um compromisso de longo prazo com um parceiro fiável, uma proposta financeira mais competitiva e um projeto global que garante um retorno a longo prazo, com um investimento estimado em dezenas de milhões de euros na modernização do Alfeite e a criação de um cluster para a indústria naval que beneficiará indelevelmente o ecossistema industrial e empresarial português. Mas, acima de tudo, estamos a oferecer uma fragata de primeira linha pronta para o combate para reforçar o poder naval português”.

O Naval Group, que realizou recentemente uma visita institucional a Lisboa e esteve a mostrar o potencial das suas embarcações, tem salientado o proposto investimento e o compromisso com o Arsenal do Alfeite para convencer Portugal. Até porque Nuno Melo tem salientado que, para além naturalmente dos fatores técnicos, de custo e geopolíticos, um ponto importante é o envolvimento e o retorno para a indústria em Portugal. “Não faremos uma única aquisição [na área da Defesa] que não tenha, no momento da decisão, sopesado o retorno para a economia portuguesa”, e na hora de decidir, entre equipamentos com o mesmo desempenho, “o retorno para a economia nacional é um fator decisivo”, garantiu o ministro, durante a conferência de lançamento do eRadar, na semana passada.

Nuno Melo, ministro da Defesa, afirmou esta quarta-feira, na assinatura do memorando de cooperação com Itália, que nenhuma decisão está fechada, para já. “O que estamos hoje a fazer é uma parceria estratégica em diferentes domínios — terra, mar, ar e espaço — que será alavancada na capacidade das indústrias dos dois países cooperarem com uma visão estratégica. Não discutimos nenhum equipamento em concreto”, assegurou o titular da pasta da Defesa.

O Industry Day da Fincantieri reuniu cerca de 30 empresas de Itália e Portugal, tendo-se realizado mais de 70 encontros entre empresas, “demonstrando o forte interesse em explorar oportunidades de colaboração e codesenvolvimento”, informa a idD Portugal Defence em comunicado. A parceria fechada, detalham, visa “promover e valorizar as indústrias de Defesa portuguesas”, bem como “desenvolver iniciativas conjuntas que contribuam para a expansão do plano de investimento em curso no Arsenal do Alfeite”.

O Governo terá de apresentar em Bruxelas, até ao fim do mês, o seu plano para garantir o envelope de seis mil milhões de euros em empréstimos europeus do programa SAFE, que Portugal tem de executar até 2030. É aqui que Portugal terá de definir em que é que vai investir e com quem. Ainda segundo Melo revelou na conferência do eRadar, neste “ciclo de reequipamento vamos apostar em sistemas de artilharia, em viaturas blindadas, em defesa antiaérea de médio e de curto alcance, navios, fragatas, aeronaves, de asa fixa e de asa rotativa e helicópteros”, enumera. Mas também em “drones, munições, novos sistemas de comunicação, ciberdefesa, espaço — neste momento, estamos a falar talvez da terceira e quarta corrida espacial e Portugal está lá”, aponta o governante.

(última atualização às 18h07)

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