Já pensou em criar uma Test Bed?

Cada Test Bed tem de contribuir para o desenvolvimento de um mínimo de 40 produtos piloto até setembro de 2025, sendo que pelo menos 15% desses produtos devem ficar disponíveis até setembro de 2023.

No passado dia 13 de abril encerrou aquele que foi considerado o maior concurso para as empresas no contexto da Componente 5 do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No entanto, outras oportunidades estão disponíveis, merecendo destaque o concurso recentemente publicado no contexto da Componente 16, para o desenvolvimento da Rede Nacional de Test Beds. Apesar de aparentemente distintos, os concursos têm um denominador comum: a aposta na criação de novos produtos.

Com uma dotação de 150 milhões de euros, o concurso agora publicado no contexto da Componente 16 privilegia os produtos alinhados com a transição digital. O racional é simples: a pandemia de Covid-19 demonstrou que as empresas com modelos de negócio, canais de distribuição ou produtos fortemente digitalizados apresentaram uma superior resistência aos efeitos do confinamento.

O contexto pandémico permitiu também observar que as empresas portuguesas se encontram bastante atrasadas no processo de transformação digital. Com efeito, a criatividade (e já agora o financiamento público à investigação e inovação) tem permitido a muitas start-ups e a muitas pequenas e médias empresas (PME) a criação de novas ideias e soluções, mas a taxa de sucesso na concretização das mesmas é baixa.

O concurso ora publicado endereça este problema através da atribuição de financiamento não reembolsável a empresas e consórcios que estejam disponíveis para investir em infraestruturas e capacidades tecnológicas, denominadas por Test Beds, a partir das quais prestem às PME e start-ups serviços de desenvolvimento, experimentação e teste, visando acelerar a produtização, industrialização e comercialização de ideias inovadoras.

Entre os principais requisitos de acesso, destaca-se a necessidade de cada Test Bed contribuir para o desenvolvimento de um mínimo de 40 produtos piloto até setembro de 2025, sendo que pelo menos 15% desses produtos devem ficar disponíveis até setembro de 2023.

O financiamento do PRR para a criação e operação destas Test Beds corresponde a 50% das despesas elegíveis, podendo esta taxa ser majorada em função da localização da Test Bed. Adicionalmente, a taxa de financiamento pode ainda ser aumentada em 25% se o financiamento adicional for transferido para as PME e start-ups sob a forma de prestação de serviços abaixo de uma tabela de preços de mercado. De referir ainda que as entidades responsáveis pela criação e operação das Test Beds deverão assegurar a sua sustentabilidade no período pós-financiamento do PRR.

A crescente digitalização da economia gerará, previsivelmente, uma procura crescente por serviços de experimentação e teste de novos produtos. Deste modo, a criação de uma Test Bed pode ser um bom negócio. Já pensou em criar uma? Tem apenas até 17 de junho para apresentar a sua candidatura.

  • Hélio Gonçalves
  • Senior manager da Deloitte

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Já pensou em criar uma Test Bed?

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião