Responsável do WTCR quer “salvar” corridas de Vila Real em risco para 2023

  • Lusa e ECO
  • 3 Julho 2022

Responsável máximo pela organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo quer salvar corridas de Vila Real. Autarca local garante estarem em risco de ocorrer, em 2023, por falta de apoios.

“Compreendemos as dificuldades e temos de encontrar soluções para continuar a nossa colaboração e oferecer à cidade a oportunidade de continuar a manter as corridas”, anunciou o responsável máximo pela organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), o francês Jean-Baptiste Ley. Esta foi a reação às afirmações do presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, quando disse que a “falta de apoios deixa em risco a edição 2023 WTCR“.

Durante uma conferência de imprensa, Rui Santos lamentou a falta de apoio do Governo para a organização do evento e criticou também a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), a Eurosport e as empresas que subiram “inexplicavelmente” os preços e quem pede à organização uma pulseira pela qual não é capaz de pagar 10 euros.

O autarca socialista afirmou ainda que, no final desta edição, a organização, que junta o Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) e o município, vão refletir e ponderar todos estes factos.

Jean-Baptiste Ley admitiu, por sua vez, que as dificuldades económicas da organização, denunciadas pelo autarca Rui Santos, “não são surpreendentes”, tendo em conta a situação atual mundial. Mas sublinhou que a autarquia “é um dos parceiros mais fortes da Discovery Sport Events [que organiza o WTCR]”.

O Circuito Internacional de Vila Real tem acolhido no seu programa uma etapa do Mundial de Carros de Turismo [de 2014 a 2017] e da Taça do Mundo de Carros de Turismo [desde 2018, à exceção de 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid-19], mas o contrato para 2023 ainda não foi assinado.

É do maior interesse para Vila Real e para a Discovery Sport Events estudar profundamente a questão para otimizar os custos de forma a salvar o evento no futuro.

Jean-Baptiste Ley

Da organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR)

Sem querer revelar pormenores sobre os acordos comerciais, Jean-Baptiste Ley admitiu que “gerir todo o Mundial é caro, pois há muitos custos que é preciso cobrir”. O responsável sublinhou, contudo, que “é do maior interesse para Vila Real e para a Discovery Sport Events estudar profundamente a questão para otimizar os custos de forma a salvar o evento no futuro”.

Jean-Baptiste Ley frisou que “a corrida de Portugal, em Vila Real, é icónica. E é uma das mais atrativas pistas citadinas de todo o campeonato”, pelo que não quer “interromper esta colaboração.

Apesar das dificuldades, o autarca Rui Santos fez um balanço positivo desta edição, sublinhando o recorde de pilotos inscritos, de bilhetes esgotados para as bancadas oficiais e em muito público espalhado pela pista de 4,6 quilómetros.

Vila Real é paixão, adrenalina, história e é também muita resiliência, porque, apesar de termos interrompido várias vezes o circuito, sempre conseguimos regressar. A última, como se sabe, deveu-se à Covid-19”, referiu.

“Este ano, montámos o circuito sem fundos comunitários. O quadro 2020 terminou e o 2030 ainda não se iniciou. Montámos este circuito sem Orçamento do Estado, que foi publicado há quatro ou cinco dias em Diário da República”; apontou. Mais, referiu o edil, “ao contrário do que aconteceu até 2013, em que o Turismo de Portugal sempre garantiu apoios para este tipo de provas no Circuito da Boavista, ao dia de hoje ainda não temos essa garantia por parte do Estado central no que diz respeito ao Circuito Internacional de Vila Real”.

O orçamento do município para esta edição das corridas de Vila Real é de 1,5 milhões de euros. A organização calcula que o evento, que custou mais de dois milhões de euros, tenha um retorno de 80 milhões para toda a região.

Rui Santos acha “estranhíssimo que o Governo se tenha predisposto a pagar, por exemplo, [provas em] Portimão, que teve 20 mil pessoas a ver corridas, e não faça o mesmo com Vila Real, em termos proporcionais”.

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