Vila Real espera retorno de 80 milhões de euros com circuito internacional automobilístico

Circuito Internacional automobilístico de Vila Real tem um impacto económico na região na ordem dos 80 milhões de euros, calcula o autarca Rui Santos, que reclama apoios financeiros para o evento.

Após um “jejum” de dois anos devido à pandemia da Covid-19, o Circuito Internacional de Vila Real toma de “assalto”, até domingo, as ruas da cidade transmontana com muita velocidade e adrenalina. E volta a pôr a região na ribalta, com o mundo de olhos postos na ronda 5 da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) com pilotos de renome. Este evento tem “um impacto económico na ordem dos 80 milhões de euros“, calcula ao Local Online o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos.

“Esta prova decorre nas ruas da cidade e tem um enorme alcance mediático, sendo transmitida por 111 canais de televisão de todo o mundo que levam o nome de Vila Real e do país” além-fronteiras, destaca o socialista Rui Santos. “Este evento traz, assim, uma grande visibilidade a Portugal”, sublinha o autarca que espera a afluência de 200 mil pessoas ao evento – o mesmo número registado no último ano em que a prova se realizou, em 2019 – para assistir às corridas e ver de perto conceituados pilotos, como Tiago Monteiro ou Miguel Oliveira.

Pela primeira vez e em muitos anos, não temos apoio monetário dos Fundos Comunitários nem sequer do Turismo de Portugal.

Rui Santos

Presidente da Câmara Municipal de Vila Real

A maior enchente é esperada no domingo, o dia das provas principais e da entrega dos troféus pela secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. O autarca socialista vai aproveitar a presença da governante para a sensibilizar para a necessidade de serem garantidos apoios financeiros. Rui Santos reclama ajudas de mais de dois milhões de euros para este que considera ser “o maior evento automobilístico de Portugal”. Deste bolo, 1,5 milhões são, este ano, suportados pelos cofres municipais, sendo a restante verba comparticipada por mecenas.

Desde 2015 que organizámos esta iniciativa e sempre tivemos financiamento comunitário. Só que este ano coincidiu com a transição do Portugal 2020 para o quadro 2030 e, por isso, ainda não foi possível ter apoio”, lamentou o presidente da Câmara de Vila Real. “Pela primeira vez e em muitos anos, não temos apoio monetário dos Fundos Comunitários nem sequer do Turismo de Portugal”, reclamou. Rui Santos afirma ao Local Online que já solicitou ajuda ao Turismo do Porto e Norte de Portugal para “estas provas que merecem o mesmo tratamento do que o Grande Prémio de Fórmula 1 teve, há cerca de dois meses, em Portimão”.

O edil vai mais longe e é perentório nos reparos: “Não percebo porque é que o Turismo de Portugal não apoia o evento que custa mais de dois milhões de euros e tem um retorno financeiro para a região na ordem dos 80 milhões de euros, que vai desde a hotelaria à restauração”. Segundo o presidente da Câmara de Vila Real, a cidade está lotada de pessoas, os hotéis da região estão com uma taxa de ocupação na ordem dos 100%, e espera também uma grande afluência na restauração e no comércio.

Não percebo porque é que o Turismo de Portugal não apoia o evento que custa mais de dois milhões de euros e tem um retorno financeiro para a região na ordem dos 80 milhões de euros, que vai desde a hotelaria à restauração.

Rui Santos

Presidente da Câmara Municipal de Vila Real

As corridas de carros já são “uma tradição em Vila Real que mexe com o ADN da comunidade”, sublinha o presidente de Câmara. Desde 1931 que a cidade é palco de eventos deste género; ano em que decorreu a primeira edição do Circuito Automóvel de Vila Real. Na ocasião, para suportar os gastos com a iniciativa surgiu uma ideia inusitada. “A partir de 1930 é lançado, em Vila Real, um imposto sobre cada quilo de carne de forma a angariar algum dinheiro para fazer face aos custos que a organização das provas implicava”, lê-se no site da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR). Este evento contava também com o apoio da Secção Regional do Norte do Automóvel Clube de Portugal.

Na altura, refere a APCIVR, “os concorrentes [do primeiro Circuito Automóvel de Vila Real] teriam de cumprir 20 voltas, o que perfazia um total de 143 quilómetros“. Este ano, retoma-se, assim, a tradição automobilística na cidade.

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