Projeto para porto de Portimão receber navios de maior dimensão tem parecer favorável com condições
APA deu parecer “favorável” para que porto de Portimão possa receber navios de cruzeiro de maior dimensão. Projeto fica “condicionado” à realização prévia de levantamento arqueológico subaquático.
“Declaro como positivo que haja uma declaração de impacto ambiental favorável, ainda que condicionada”, afirmou o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve. José Apolinário reagia, assim, durante uma conferência de imprensa, ao parecer “favorável” que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu para que o porto de Portimão possa receber navios de cruzeiro de maior dimensão. O projeto fica, contudo, “condicionado” à realização prévia de um levantamento arqueológico subaquático.
José Apolinário sublinhou que a decisão “permite avançar para uma nova fase”: articular com os municípios de Portimão e de Lagoa, e com a Administração dos Porto de Sines e do Algarve “o procedimento de financiamento” relativo à pesquisa arqueológica subaquática indicado como “condição prévia”.
Quando concretizado, o projeto de “aprofundamento e alargamento do canal navegação do Porto de Portimão” irá permitir receber na embocadura do rio Arade navios até aos 272 metros de comprimento – atualmente recebe navios até 210 metros -, passando a profundidade da dragagem dos atuais oito metros para os 10 metros, a bacia de rotação dos 355 metros para os 500 metros, permitindo a duplicação da capacidade de receção de passageiros e turistas de navios de cruzeiro na região.
“Estão doravante criadas as decisões ambientais e de justificação do projeto para fazer do Porto de Portimão, no rio Arade, um dos portos de referência do turismo de cruzeiros”, realçou José Apolinário, acrescentando tratar-se de “uma boa notícia para o turismo, para o uso sustentável do oceano e para a economia do mar na região do Algarve”.
O presidente da CCDR do Algarve indicou que tem agora “três tarefas e ambições”: defender a alocação do necessário financiamento que, até à segunda metade de 2024, permita realizar os trabalhos prévios de pesquisa dos achados arqueológicos subaquáticos; defender o financiamento da descarbonização do Porto Urbano de Portimão, de modo a que as embarcações quando paradas possam utilizar fontes de energia renovável (até final de 2024); e dinamizar e reforçar as ligações marítimas de navios de cruzeiros e de passageiros entre Portugal e a Andaluzia (ligações Cadiz-Sevilha-Portimão-Lisboa) e na bacia de acesso ao Mediterrâneo.
José Apolinário alertou para o facto de não haver ainda decisões finais e afirmou que várias estimativas indicam que a pesquisa arqueológica subaquática pode custar cerca de três milhões de euros, a descarbonização e requalificação ambiental 12 milhões e as obras de dragagem outros 12 milhões.
No parecer emitido, a APA afirma que, “na globalidade se considera que o conjunto de condições estabelecidas no presente documento irão contribuir para a minimização dos principais impactes negativos identificados, admitindo-se que os impactes residuais não serão de molde a inviabilizar o projeto”.
Em 2018, a ministra do Mar da altura, Ana Paula Vitorino, anunciou em reposta aos deputados, durante uma audiência parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, que a intervenção de 17,5 milhões de euros no Porto de Portimão, de forma a poder receber navios até 272 metros de cumprimento, deveria estar concluída até 2020.
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