Bolhão vai ter as “melhores condições de acessibilidade”, anuncia Rui Moreira
Na apresentação da marca Bolhão, com o mote "Para Sempre", Rui Moreira anunciou que o mercado vai abrir portas com as "melhores condições de acessibilidade", desde elevadores a acesso direto ao metro.
Uma passagem intermédia que atravessa e liga as ruas Alexandre Braga e Sá da Bandeira, assim como uma nova entrada direta ao mercado a partir da estação do metro do Bolhão e 12 elevadores para “uma melhor acessibilidade”. Além da criação de três praças de acolhimento dos visitantes e da cave logística que, para o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, vai implicar “uma grande transformação no quarteirão, uma vez que liberta o entorno do mercado das operações de cargas e descargas, devolvendo o espaço público aos portuenses”.
Estas são as grandes novidades do mercado do Bolhão, que abre portas a 15 de setembro deste ano, anunciadas, esta sexta-feira, pelo independente Rui Moreira, durante a sessão de apresentação da marca Bolhão, com o mote “Para Sempre”, uma nova imagem gráfica do mercado em obras de requalificação há já quatro anos, que já está impregnada no chão. A partir desta sexta-feira, começa a ser comunicada a campanha de pré-abertura com o mote “É para sempre”, como sendo “uma campanha afetiva que valoriza a memória do Bolhão e reafirma o garante da identidade deste símbolo da cidade”.
O mercado de frescos no piso térreo, os restaurantes no andar superior e as lojas voltadas para o exterior são mais algumas das novidades desta empreitada.
Ultimam-se, assim, os preparativos para o regresso dos comerciantes. “Falta fazer muito pouco [até dia 15 de setembro, data da inauguração]”, resume o autarca do Porto, adiantando que a escolha da data de inauguração foi “consensual, pois “os comerciantes não queriam mudar antes do verão”. Mantêm-se no mercado temporário, a escassos metros, que “depois vai ser desmontado e os equipamentos retirados, sendo o espaço posteriormente entregue ao proprietário”, revela Rui Moreira.
Devolver à cidade o mercado do Bolhão.
Rui Moreira aproveitou a oportunidade para fazer um balanço da empreitada já concluída e que envolveu um investimento municipal superior a 22,3 milhões de euros. A dois meses da reabertura do emblemático mercado da Invicta, o autarca do Porto considera que “mudou imensa coisa. Para já, não está a cair que era uma coisa fundamental, porque tinha um conjunto de patologias que era fundamental corrigir, por exemplo, não tinha o mínimo de condições de salubridade para vendedores e clientes e tinha imensos problemas de logística”.
Tudo isso vai mudar, nomeadamente as cargas e descargas que já não vão ocorrer na rua, mas sim, na área de logística. O projeto do renovado mercado, com a assinatura do arquiteto Nuno Valentim Lopes, tem, segundo Rui Moreira “uma enorme capacidade logística” na cave. Com esta solução, a autarquia põe um ponto final nos constrangimentos de trânsito, evitando que as carrinhas de cargas e descargas tapem o edifício que, com as obras, também recuperou a traça original.
“Para além da questão patrimonial, que era manter a traça do mercado original, recuperámos coisas que estavam perdidas como um conjunto de peças que tinham desaparecido”, realça Rui Moreira, voltando-se para as vendedoras presentes na sessão: “Vocês tinham todas as razões para estarem desconfiadas, porque durante anos foram feitas promessas e até foi falado que havia quase uma estratégia de expulsão”.
Mas nada disso aconteceu. “A cidade decidiu que não deveria ter um mercado privado, não fazer aqui um centro comercial ou apartamentos”, destacou o edil que quis “devolver à cidade o mercado do Bolhão”.
Momentos antes, o autarca tinha sido interrompido pela vendedora Sara: “Está ali o senhor presidente”, ao que o edil responde: “Como veem, a parte mais importante não é a material, pois o mercado é um monumento cheio de pessoas”. Sara interrompe de novo: “Já estou aqui há 50 anos [a família] e sempre vendi muito peixe num lugar muito pequeno. Agora, tenho o espaço que nunca sonhei ter. Até concorri para uma segunda banca.”
O autarca aproveitou a oportunidade para fazer um balanço em números: “Foram 953 reuniões com os comerciantes, 225 visitas às obras” e o novo mercado vai acolher “98 comerciantes, dos quais 29 são novos”, referindo que a média diária de visitantes no mercado temporário foi de 5.300, quando “o melhor dia, um sábado de manhã, no mercado antigo”, contabilizavam-se cinco mil pessoas.
O mercado apresenta-se, assim, de cara lavada com 81 bancas, 38 lojas e 10 restaurantes. O espaço vai ser gerido pela empresa municipal GO Porto – Gestão e Obras do Porto, que também geriu a empreitada de “restauro e modernização do mercado do Bolhão”.
Ao longo destes anos, foi criada a marca Bolhão, da autoria do Studio Eduardo Aires com o logótipo a incorporar o ADN do Bolhão e os seus elementos arquitetónicos. E que o presidente da Câmara do Porto disse ter “estado guardada a sete chaves”.
“A cidade decidiu que o Bolhão era seu“, arrematou Rui Moreira, salientando que o espaço teve de ser “adequado aos novos tempos”.
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