“Não vou deixar que o Coliseu desapareça”, garante Rui Moreira
Rui Moreira garante que não vai deixar que "o Coliseu desapareça" e afirma que só havia uma alternativa: concessionar o equipamento cultural a privados, o que já foi aprovado.
“Não vai ser um Coliseu a cair. O que não vou deixar é que o Coliseu desapareça“, garante o presidente da Câmara do Porto, à margem da apresentação da marca Bolhão, a propósito da aprovação, esta sexta-feira, por unanimidade, de uma proposta para a concessão deste equipamento cultural a privados. Rui Moreira considera que esta solução “não é mudança nenhuma“, mas sim “regressar ao plano original”.
O autarca independente explica que se “optou por esta solução, porque era a original que foi defendida pelo Concelho de Cultura da Câmara Municipal do Porto”. Mais, prosseguiu: “Porque foi este o mandato que esta direção teve por parte da assembleia dos Amigos do Coliseu Porto [entidade que gere o equipamento]; porque foi esta decisão que o presidente da câmara, o ministro da Cultura e o presidente da área Metropolitana do Porto e o representante dos privados da Misericórdia, António Tavares, entendem que já não pode ser adiada à espera que um dia haja fundos”. E “como não há fundos, não temos outra solução. Já foi aprovada por unanimidade [a concessão do Coliseu Porto Ageas]“.
Segundo Rui Moreira, a autarquia é apenas “um quinto” da Associação Amigos do Coliseu. E é perentório em afirmar que seria “impossível” e um “suicídio de gestão lançar um processo de concessão no Coliseu do Porto, durante o período da pandemia, em que as salas estavam todas fechadas”.
A direção da Associação Amigos do Coliseu é constituída por Mónica Guerreiro, presidente do Coliseu do Porto e representante do Ministério da Cultura, Maria João Castro, representante da Área Metropolitana do Porto (AMP), Nuno Lemos, representante do município portuense, Daniel Pires, representante dos Associados Individuais da Associação Amigos do Coliseu e António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Moreira recusou comentar declarações da anterior ministra da Cultura, que em abril de 2021 anunciou que a concessão iria ser suspensa e que se iria avançar com a reabilitação do espaço. O autarca do Porto apenas disse que “não se verificaram condições” para que tal acontecesse. As obras de reabilitação, anunciadas na altura, e orçadas em 3,5 milhões de euros, seriam suportadas de igual forma pelo Governo e pelo município do Porto.
Rui Moreira lamentou não ter visto “ninguém preocupado” com a utilização de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a reabilitação do equipamento, à exceção dele próprio. “Falei do PRR para a cultura. Estas mesmas pessoas ficaram mudas e caladas, quando dissemos que para a cidade do Porto só veio um milhão de euros e foi, por acaso, para o Museu Soares dos Reis. Ainda bem que veio, senão não vinha nada”, afirmou.
O autarca independente defende ainda que a associação que gere o Coliseu “pode continuar a desempenhar as tarefas que sempre desempenhou” dentro de um edifício que será gerido por eventuais “empresas que hoje contratam o equipamento como barriga de aluguer“.
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