AMP dá luz verde para Gaia e Porto lançarem concurso da travessia fluvial do Douro
Área Metropolitana do Porto deu luz verde para STCP Serviços lançar concurso da travessia fluvial do Douro, entre Vila Nova de Gaia e Porto.
A Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovou, esta sexta-feira, delegar ao Porto e a Vila Nova de Gaia competências sobre o transporte fluvial no rio Douro, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a travessia Afurada – Ouro.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho Metropolitano, o presidente da AMP e também autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, falou da “utilização óbvia” da STCP Serviços para lançar o concurso para a travessia entre a Afurada (Gaia) e o Cais do Ouro (Porto).
“Aquilo que faz sentido é aproveitar o que já temos, a STCP Serviços nomeadamente, que também ganha com esta diversificação de atividades”, disse, considerando que “não faria nenhum sentido estar a criar uma estrutura nova para lançar um concurso público e para gerir o contrato da Afurada ao Porto”.
A deliberação, aprovada por unanimidade, garante também que, “em vez de ser a Área Metropolitana a lançar o concurso, o que depois cria complexidades no pagamento das obrigações de serviço público”, são “os municípios beneficiários a lançar o concurso, via empresa subsidiária, e a assumirem os custos”.
Assim, não haverá dúvidas “de que Arouca não pagará a travessia fluvial da Afurada”, referiu.
A 1 de julho, o autarca de Gaia previu que o procedimento para a travessia fluvial entre a Afurada e o Cais do Ouro, no Porto, seja lançado até outubro.
A travessia foi retomada provisoriamente, “por uma embarcação em regime excecional”, nalguns dias de julho, e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) disse estar “para breve o retomar das negociações a fim de se recuperar a passagem centenária entre as duas margens”.
A propósito do transporte fluvial no rio Douro, Eduardo Vítor Rodrigues recuperou ainda o tema do transporte anfíbio, querendo alargar “a discussão” ao município de Gondomar, “que está também empenhado neste assunto”.
Já sobre o concurso público municipal, em Vila Nova de Gaia, para transporte através de um veículo anfíbio, o autarca afirmou que, depois do anterior vencedor do concurso não ter submetido os documentos de habilitação e a caução, obrigando à caducidade do contrato, o novo concurso “está neste momento em procedimento“.
Esperando ter “novos concorrentes”, que “desta vez cumpram a palavra”, Eduardo Vítor Rodrigues disse esperar que o eventual sucesso do concurso “venha a mobilizar o Porto e Gondomar para um atravessamento multiponto do próprio anfíbio”.
“Numa altura em que tanto se fala de ambiente, de sustentabilidade, não podemos desperdiçar este modelo. Sei bem o quanto este modelo gera desconfiança, mas há uma coisa que nós temos: fizemos o trabalho técnico”, referiu.
Para o presidente da Câmara de Gaia e da AMP, o anfíbio “é viável, faz sentido, e ocorre noutros países da Europa muito mais desenvolvidos” que Portugal, como os Países Baixos, recordando ainda que “o rio Douro foi, durante décadas, um canal de circulação e de transporte público“.
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