Exclusivo Metro do Porto lança concurso para comprar 22 comboios em 2023
Além de novo concurso para 22 novos comboios, empresa conta receber todos os veículos fabricados na China até ao final de 2023 e abrir nova oficina de material em Vilar de Andorinho em 2024.
Perto de cumprir duas décadas de operação, o Metro do Porto vai começar a receber as ‘prendas’ de aniversário a partir do final deste ano. Ainda em 2022, vai chegar o primeiro dos 18 novos comboios fabricados na China, que estarão no Porto até ao final do próximo ano. Também em 2023, a empresa liderada por Tiago Braga vai abrir o concurso para receber 22 novos comboios para a Linha Rubi (e não só).
“Estamos a negociar com o Governo qual será a fonte de financiamento desse material circulante. Já há garantias para lançarmos o concurso público no segundo semestre de 2023″, adianta, em entrevista ao ECO, o presidente da transportadora, Tiago Braga. Em causa estão 22 veículos ligeiros, que vão servir, por exemplo, para a Linha Rubi, cujas obras estarão concluídas até 31 de dezembro de 2025, garante o gestor.
O anúncio da compra de 22 novos comboios — mais quatro do que inicialmente previsto — foi feito em maio, no Terminal de Cruzeiros de Leixões. Também na altura, o líder da Metro do Porto admitiu que poderão ser necessários mais dez veículos, conforme os índices de procura pelo metropolitano ligeiro.
Em paralelo com o concurso público para os 22 novos comboios, o ano de 2023 vai ficar marcado pela chegada de 17 dos 18 comboios fabricados pelos chineses da CRRC. São 17 porque ainda em 2022 vai chegar a primeira unidade, a caminho do porto de Tarragona num navio de carga e que depois será transportada em camião até às oficinas de reparação de Guifões, em Matosinhos.
Os comboios fabricados na China vão chegar todos a tempo da conclusão das obras de expansão da Linha Amarela, de Santo Ovídio até Vila d’Este. Também a Linha Amarela será uma das três ligações do Metro do Porto a estrear um novo sistema de comunicação. “Passaremos para um sistema de cantões dinâmicos, com uma comunicação centrada nos veículos, que vão ‘falar’ entre si. Na primeira fase, isto vai funcionar na linha amarela, linha rosa e linha rubi porque são as linhas onde a frequência de comboios será muito significativa.” Nas restantes linhas, mais vale esperar porque “o efeito seria residual”.
Comboios a cada três minutos
Com os novos comboios, o novo sistema de comunicação e as obras de expansão concluídas, a Linha Amarela passará a ter mais comboios por hora e por sentido, sobretudo nas horas de ponta. A partir de maio, passarão de dez para 12 veículos/hora/sentido. A partir de 2024, serão 16 veículos/hora/sentido.
É também em 2024, em 31 de dezembro, que deverão terminar as obras para a construção da Linha Rosa. Na primeira linha circular do Metro do Porto, haverá comboios a cada três minutos na hora de ponta, ou seja, 18 veículos/hora/sentido, garante Tiago Braga. Esta passará a ser linha com menos tempos de espera, batendo a frequência de quatro minutos do troço Senhora da Hora-Trindade.
A Linha Rosa vai ligar a estação de São Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, com a construção de novas estações em São Bento (II)/Praça da Liberdade, Hospital Santo António, Galiza e Casa da Música (II).
Quando estiver concluída, no final de 2025, a Linha Rubi também poderá contar com comboios a cada três minutos. A linha Rubi será uma nova linha do Metro do Porto entre Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia) e Casa da Música (Porto). Em Gaia, as estações previstas são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.
Nova oficina em Gaia
O Metro do Porto vai ter ainda uma ‘prenda’ para melhorar a manutenção dos veículos, com a abertura de da segunda oficina, em Vilar de Andorinho, em Gaia. A entrada em funcionamento será feita em duas fases.
“A partir do primeiro trimestre de 2024, será possível aparcar até 23 veículos, num local que terá estação de serviço e de limpeza, o básico da operação”, detalha Tiago Braga. A partir de 2026, “com a Linha Rubi em operação, teremos uma oficina completa, com capacidade de até 65 veículos”, acrescenta. A situação vai contribuir para “reduzir o risco operacional e financeiro”, dado que os comboios vão percorrer menos quilómetros vazios só para chegarem às oficinas.
Para Tiago Braga, as condições estão reunidas para, em 2023, ser batido o recorde de passageiros do Metro do Porto, fixado em 2019, com 71,356 milhões de validações.
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