Vila de Rei aguarda instruções do Governo sobre integração na comunidade da Beira Baixa
Autarca de Vila de Rei aguarda instruções do Governo sobre integração na Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e saída da comunidade do Médio Tejo.
O presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires, disse, esta quinta-feira, que está a aguardar instruções do Governo sobre a integração do concelho na Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB). O autarca recusou-se, contudo, a prestar quaisquer outras declarações sobre a inclusão de Vila de Rei na CIMBB, por troca com a CIM do Médio Tejo.
Em novembro de 2022, o autarca explicou que não tinha sido consultado pelo Governo sobre uma eventual inclusão do concelho na CIMBB, por troca com o Médio Tejo, região onde está satisfeito.
“Nós, Vila de Rei, ainda não fomos consultados pelo Governo. Sendo assim, estou à espera de que o Governo oficialize essa indicação, porque sei que [a proposta de lei] está na Assembleia da República, mas, neste momento, ainda não sabemos de nada formalmente”, afirmou o autarca social-democrata.
Por seu turno, a CIM do Médio Tejo quer que a tutela esclareça rapidamente a situação da Sertã e de Vila de Rei, municípios que integravam esta sub-região e que no dia 1 deste mês passaram formalmente para a CIMBB.
Anabela Freitas, presidente da CIMT, disse à Lusa que, a 29 de dezembro de 2022, foi enviado à Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL) um conjunto de questões sobre o procedimento a adotar em relação a estes dois concelhos do distrito de Castelo Branco, uma vez que a Lei n.º 24-A/2022, de 23 de dezembro, não incluiu uma norma transitória, tal como aconteceu com a alteração relativa à Península de Setúbal.
“Entrou na Assembleia da República uma proposta para inclusão de uma norma transitória que não foi aceite. A informação que temos é que sairá numa iniciativa legislativa autónoma”, referiu a autarca.
Segundo Anabela Freitas, até receber indicações claras, a CIMT não vai fazer qualquer alteração ao seu funcionamento, tanto relativamente aos projetos intermunicipais que contam com fundos comunitários, como em relação a outros de iniciativa do Médio Tejo que envolvem aqueles dois municípios.
A 23 de dezembro, a CIM do Médio Tejo passa a ser constituída pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Mação, passando Sertã e Vila de Rei a integrar a CIM da Beira Baixa.
A passagem da Sertã e de Vila de Rei para a CIM da Beira Baixa visou permitir a constituição de uma nova Unidade Territorial para fins Estatísticos de nível 2 (NUTS II) com a Lezíria, o Oeste e o Médio Tejo, que atualmente pertencem à região plano de Lisboa e Vale do Tejo.
Em dezembro de 2022, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou meros “receios” as críticas feitas por autarcas sobre a criação de novas comunidades intermunicipais, para aceder a fundos comunitários, afiançando que o assunto foi “completamente acautelado”. Na ocasião, a ministra tranquilizou: “Acho que são mais receios e, portanto, acho que está completamente acautelado”.
No Médio Tejo, “há dois municípios, Vila de Rei e Sertã, que passarão a pertencer à CIMBB”, mas o Governo já “garantiu uma norma transitória” que vai permitir que os dois concelhos continuem a integrar a CIMT “enquanto durar o Portugal 2020 (PT2020) e para o PT2030”, concluiu.
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