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Lucro da Impresa cai 91,4%, dívida desce e despesa acelera

Carla Borges Ferreira,

Resultado líquido foi de 1,1 milhões. Ataque informático, custos da energia, cobertura da guerra na Ucrânia e investimento nas grelhas da SIC justificam aumento da despesa.

A Impresa fechou o último ano com lucros de 1,1 milhões de euros. Apesar de positivo, o valor traduz uma quebra de 91,4% na comparação com os lucros de 12,6 milhões de 2021. O EBITDA (resultado operacional) do grupo que controla a SIC e o Expresso foi de 16,8 milhões, uma redução de 45,5% relativamente a 2021, e o EBITDA corrigido de custos de reestruturação foi de 19,1 milhões, um decréscimo de 38% face ao valor apurado em 2021, revela o grupo no relatório enviado na tarde desta quinta-feira à CMVM.

As receitas totais do grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão situaram-se nos 185,2 milhões, uma redução de 2,6% na comparação com o ano anterior. Este foi o segundo melhor “resultado, no que respeita à faturação, dos últimos 5 anos, enquadra o grupo, que nas receitas de publicidade cresceu 0,2%, diz, embora não avançando o valor exato.

Já os custos operacionais subiram 5,7%, para os 168,5 milhões, “em consequência, principalmente, da resposta ao ataque informático sofrido em janeiro de 2022, do aumento de custos com produção e energia, da cobertura da guerra na Ucrânia, do aumento da competitividade das grelhas da SIC e de indemnizações”, justifica a Impresa.

A dívida remunerada líquida situa-se nos 107,2 milhões, uma diminuição de 31,4 milhões na comparação com o período homólogo.

O ano de 2022 ficou marcado por eventos com um forte impacto negativo direto nos nossos resultados, como a guerra na Ucrânia e o aumento de custos com produção e energia. Além disso, a atividade da Impresa foi condicionada por um violento e criminoso ataque informático, que nos prejudicou tanto pelo aumento de custos como pelas receitas digitais que não auferimos durante o primeiro trimestre”, enquadra Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo. “O ataque foi um teste à resiliência e à capacidade de resposta de todos os trabalhadores do grupo que foi superado com distinção, pelo que a eles devemos uma grata palavra de reconhecimento”, prossegue o responsável do grupo dono da SIC e o Expresso.

Como pontos positivos do último ano, Francisco Pedro Balsemão destaca dois aspetos. “O facto de termos atingido o segundo melhor valor em faturação desde a venda das revistas em 2017, apenas superado pelas receitas de 2021, e ainda a redução expressiva da dívida, resultante de um conjunto de ações focadas no reforço da liquidez e na mitigação do risco das taxas de juro”, diz citado em nota de imprensa.

Analisando por áreas, a SIC obteve em 2022 receitas de 159,9 milhões, um decréscimo de 3,1% na comparação homóloga. Os custos, em contrapartida, aumentaram 4,8%, para os 142,8 milhões. O EBITDA foi de 17,1 milhões, montante que sobe para os 18,1 milhões se ajustado com os custos de reestruturação. Em relação a 2021, a quebra é de 40,4% 37,1%, respetivamente. O resultado líquido da SIC no último ano foi de 7,4 milhões, menos 55,2% do que no ano anterior.

Na área de imprensa, a Impresa Publishing, o atingiu receitas totais de 24,4 milhões, um crescimento de 2,5% e “o melhor resultado desde 2017”, refere o grupo. Os custos cresceram 9,5%, para os 22 milhões, variação justificada “pelo aumento do preço do papel do Jornal Expresso, pelo ataque informático e pela cobertura da guerra na Ucrânia”.

O ano fechou com um EBITDA de 2,3 milhões, menos 37,8% do que em 2021. O EBITDA ajustado é de 3,2 milhões, uma quebra de 13,8%.

No segmento Outras, a Infoportugal atingiu receitas operacionais de 1,2 milhões, um decréscimo de 23,8% relativamente a 2021.

“A ação Impresa terminou 2022 a desvalorizar 37,3% face ao final de 2021. Os volumes de transação registaram uma redução de 45% face ao período homólogo refletindo uma média de 145,7 mil ações transacionadas por sessão, entre janeiro e dezembro de 2022”, diz ainda o grupo.

“O grupo iniciou em setembro a implementação do seu novo plano estratégico e que durará até ao final de 2025, sendo um dos principais objetivos o crescimento de 15 a 20% na nossa faturação, com o triplicar do peso das receitas oriundas da atividade digital, recorda o CEO do grupo.

Em 2023, a Impresa focar-se-á na execução do seu novo ciclo estratégico, mantendo o objetivo de crescimento das receitas e da melhoria da margem operacional, através do complemento com novas fontes de receita, bem como a contínua aposta na qualidade, competitividade e diversificação da oferta de conteúdos multiplataforma”, termina Francisco Pedro Balsemão.

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