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Quatro meses após ‘A Morte do Corvo’, fundadores da Fullsix e da H2N lançam ‘House of Neverless’

Carla Borges Ferreira,

Hugo Nóbrega, Pedro Batalha, Filipa Caldeira e Nuno Moreira explicam em entrevista ao +M o projeto, que nasce com o apoio da Santa Casa, Amorim, Nos e Nova SBE.

Hugo Nóbrega, fundador da H2N e culture connector, juntou-se a Pedro Batalha, Filipa Caldeira e Nuno Moreira – o trio que já no início do século lançou em Portugal a Fullsix, maior agência digital do país, entretanto integrada no grupo Havas – e transformaram o antigo Hospital Militar da Estrela, em Lisboa, num ‘palco’ de 3,5 mil metros quadrados.

Depois da estreia, em janeiro, da peça de teatro imersiva ‘A Morte do Corvo’, é agora lançada a segunda fase, a ‘House of Neverless’. Trata-se de um “espaço formativo inovador, que cruza algumas das temáticas mais relevantes e urgentes dos nossos, com metodologias eficazes e experimentais”.

Desde o início que este projeto foi pensado nesta forma e nesta sequência: primeiro apresentarmos um teatro imersivo de grande impacto e que estamos certos que é um dos grandes momentos culturais na cidade de Lisboa. Depois, ligamos tudo o que aprendemos ao longo dos anos, em estratégia, marketing e comunicação e cultura aos benefícios da imersão, enquanto experiência catalisadora“, explica ao +M Nuno Moreira, também docente da Nova SBE, knowledge partner da ‘House of Neverless’.

“Julgamos que este projeto é exatamente inovador por esta conexão entre formação e entretenimento. E é aqui que somos claramente diferenciadores: aqui learning meets entertainment!“, prossegue Filipa Caldeira, também professora na Nova SBE.

Vocacionado para o mercado corporate, a ideia, prossegue Nuno Moreira, é “acima de tudo, ajudar a transformar equipas, quer numa vertente estratégica e de liderança, quer no que toca a metaskills ou a temas mais abrangentes como storytelling e comunicação eficaz“.

Estamos a falar de formatos onde o participante é um story maker e onde poderá praticar self-empowerment e responsabilizar-se pelo seu próprio destino. Isso é válido quando visita o espetáculo ‘A Morte do Corvo’, mas também quando enfrenta qualquer desafio profissional. É essa mudança de paradigma e de atitude que queremos estimular”, prossegue Nuno Moreira.

‘A Sabedoria do Corvo’, projeto de merge entre ‘A Morte do Corvo’ e a formação em liderança, criado em paralelo pela Nova SBE, é a primeira formação. “E temos imensos spin offs que vão desde trends de digital ao storytelling e linguagem não verbal, até à criação de conteúdos e experiências de marca. Tudo isto de uma forma muito prática e transformadora” descreve Hugo Nóbrega.

Como formadores, a ‘House of Neverless’ conta com os quatro sócios e “teremos todo o input da Nova SBE na área de executive education através da sua curadoria e criação de cursos específicos”, acrescenta Filipa Caldeira. Até ao final do ano, os quatro sócios esperam receber cerca de 20 mil pessoas na produção ‘A Morte do Corvo’ e, entre eventos corporativos e formações, impactar cerca de três mil participantes.

“É-nos difícil precisar o valor neste momento. Mas, atendendo que estamos a falar de um edifício com cerca de 3,5 mil metros quadrados reabilitado, o que podemos dizer é que cerca de 80% deste investimento foi feito por nós, os quatro sócios, tendo a salientar a parceria e apoio que temos da Heineken, Delta Cafés, da BMW Group, da Robbialac. Para além, obviamente, do apoio da Santa Casa, sem o qual não seria de todo possível o investimento, já que viabilizou o espaço”, responde Pedro Batalha, também professor da Nova SBE, quando questionado sobre o investimento neste projeto.

Como é que surge esta ideia? O que é que este espaço acrescenta de diferenciador?

Filipa Caldeira (FC): A ideia surge de uma aposta nossa em projetos que possam marcar a diferença e ser transformadores para quem os experiencia. A estreia do espetáculo imersivo ‘A Morte do Corvo’ há cerca de três meses, um formato apenas existente em cidades como Nova Iorque ou Londres, espelha bem a nossa ambição de apresentar projetos realmente diferenciadores, quer em termos de experiência, quer em termos de impacto e de escala.

Sendo eu, o Nuno Moreira e o Pedro Batalha professores na Nova SBE este era para nós o timing certo trazer a formação para a área do entretenimento. Convidámos o Hugo Nóbrega para se juntar pela sua experiência de conexão entre marcas e cultura. Julgamos que este projeto é exatamente inovador por esta conexão entre formação e entretenimento. E é aqui que somos claramente diferenciadores: aqui learning meets entertainment! Assim nasceu a ‘House of Neverless’.

Quem são os destinatários? Em que áreas e funções?

Nuno Moreira (NM): Estamos a falar sobretudo do mercado corporate, com formação para executivos. A nossa oferta acaba por ser abrangente, e customizável, muito pela parceria com a Nova SBE. Destina-se, acima de tudo, a transformar equipas, quer numa vertente estratégica e de liderança, quer no que toca a metaskills ou a temas mais abrangentes como storytelling e comunicação eficaz. O objetivo é dotar os participantes de ferramentas com aplicabilidade imediata que aumentem a sua eficácia e os prepare para os desafios futuros.

Pretendem oferecer “um catalisador de mudança”. Como, na prática?

NM: Ao introduzirmos técnicas imersivas no processo de ensino estamos a ativar a memória do corpo e a aumentar a eficácia da absorção do conhecimento, até pelo aspeto hands-on dos vários programas. Estamos a falar de formatos onde o participante é um story maker e onde poderá praticar self-empowerment e responsabilizar-se pelo seu próprio destino. Isso é válido quando visita o espetáculo ‘A Morte do Corvo’, mas também quando enfrenta qualquer desafio profissional. É essa mudança de paradigma e de atitude que queremos estimular.

A Santa Casa, Nova SBE, Grupo Amorim e Nos estão envolvidas no projeto… Como é que surgem estas parcerias?

Pedro Batalha (PB): Este é realmente um benchmark do que de melhor se pode fazer entre investimento privado, organizações e marcas. Nesse caso, a Santa Casa, na sua forte estratégia de apoio à cultura e ao talento nacional, abraçou o nosso projeto e viabilizou o espaço, pela sua importância nos formatos e escala apresentados e, também, na forte aposta na educação e formação que este projeto agrega.

No caso da Amorim, o tema da inovação e da sustentabilidade fez um match perfeito na forma como implementamos todo o set up da ‘House of Neverless’, onde há a aposta em materiais sustentáveis e recicláveis. As paredes com diferentes referências de cortiça, fornecidos pela Amorim Cork Composites, espelham os benefícios da economia circular com a mistura de cortiça e subprodutos de outras indústrias. Este envolvimento decorativo faz com que toda a atmosfera do espaço seja contemporânea e atenta às grandes necessidades na área da sustentabilidade.

Estamos a falar de formatos onde o participante é um story maker e onde poderá praticar self-empowerment e responsabilizar-se pelo seu próprio destino. Isso é válido quando visita o espetáculo A Morte do Corvo, mas também quando enfrenta qualquer desafio profissional.

Nuno Moreira

Com a Nos, nosso parceiro tecnológico, temos uma internet mais rápida e eficaz do que todos os outros espaços (risos).

A Nova SBE é o knowledge partner da ‘House of Neverless’, onde vamos aliar novas práticas de formação e novos conteúdos com formadores especialistas em liderança, trends digitais, storytelling, marketing experiencial e ativação de marca.

A ideia é cruzar formação, cultura e entretenimento. Como?

Hugo Nóbrega (HN): Esse é realmente a base estratégica deste projeto. Acreditamos que numa lógica de human to human cada indivíduo é impactado de uma forma muito mais transformadora através da imersão em experiências de grande impacto.

Portanto, decisão, comunicação não verbal, superação, confrontação com o risco são algumas das técnicas que naturalmente o teatro imersivo promove e impacta cada um. O que fizemos aqui foi assumir um layer de formação que possibilite ter uma maior camada de partilha de conhecimento para além do que uma experiência de formação em liderança, ou o visionamento de um espetáculo, produzem.

É importante entender que na geração atual, quando falamos em cultura, estamos a falar em espetáculos, desporto, ciência, gastronomia, tecnologia e educação, portanto muito para além do que há uns anos nós entendíamos por este termo.

Quais são então as grandes áreas de formação?

Começamos por apresentar um projeto de merge entre ‘A Morte do Corvo’ e a formação em liderança que se chama ‘A Sabedoria do Corvo’, criado em paralelo pela Nova SBE e temos imensos spin offs que vão desde trends de digital ao storytelling e linguagem não verbal, até à criação de conteúdos e experiências de marca. Tudo isto de uma forma muito prática e transformadora.

Decisão, comunicação não verbal, superação, confrontação com o risco são algumas das técnicas que naturalmente o teatro imersivo promove e impacta cada um. O que fizemos aqui foi assumir um layer de formação que possibilite ter uma maior camada de partilha de conhecimento para além do que uma experiência de formação em liderança, ou o visionamento de um espetáculo, produzem.

Hugo Nóbrega

Qual é ao certo o papel da Nova SBE?

FC: De forma mais prática a Nova SBE tem cursos específicos que acontecem somente na ‘House of Neverless’ e participa ativamente nos team buildings que desenvolvemos também na ‘Sabedoria do Corvo’. É uma relação altamente estreita na procura constante da criação e na apresentação de novos formatos e conteúdos nesta área.

Estrearam no início do ano ‘A Morte do Corvo’. A ideia já era evoluir para a formação.

NM: Desde o início que este projeto foi pensado nesta forma e nesta sequência: primeiro apresentarmos um teatro imersivo de grande impacto e que estamos certos que é um dos grandes momentos culturais na cidade de Lisboa. Depois, ligamos tudo o que aprendemos ao longo dos anos, em estratégia, marketing e comunicação e cultura aos benefícios da imersão, enquanto experiência catalisadora.

Quanto é que estão a investir neste projeto?

PB: É-nos difícil precisar o valor neste momento. Mas, atendendo que estamos a falar de um edifício com cerca de 3,5 mil metros quadrados reabilitado, o que podemos dizer é que cerca de 80% deste investimento foi feito por nós, os quatro sócios, tendo a salientar a parceria e apoio que temos da Heineken, Delta Cafés, da BMW Group, da Robbialac. Para além, obviamente, do apoio da Santa Casa, sem o qual não seria de todo possível o investimento, já que viabilizou o espaço.

Quais são as expectativas em termos de empresas/colaboradores até ao final do ano?

PB: Relativamente ao teatro imersivo contamos até ao final do ano receber mais de 20 mil espetadores nesta produção. Acreditamos que, começando em abril com os programas da ‘House of Neverless’, entre eventos corporativos e formações, impactaremos cerca de três mil participantes.

O percurso da Filipa, do Nuno e do Pedro, sobretudo na Fullsix, é conhecido. Tal como o do Hugo, na H2N. Como é que se cruzam? E, em termos práticos, como é que se complementam neste projeto?

HN: Constatámos que éramos admiradores do trabalho uns dos outros. Entre 2015 e 2017, também trabalhámos marcas em comum e já numa lógica de teatro e experiências imersivas. Coincidentemente ao desejo de ambos estarmos a procurar apresentar à cidade um projeto diferenciador na área cultura, durante a pandemia, fui vizinho de rua do Pedro. Fomos discutindo ideias e fui então convidado a integrar este trio que faz magia e joga de olhos fechados há cerca de 15 anos (risos).

Creio que, do meu lado, aporto valor na conexão entre cultura, empresas e marcas, decorrente das estratégias de comunicação e de ações de grande impacto que realizei nos últimos anos na H2N. No caso do Pedro, Filipa e Nuno, para além do reconhecimento e sucesso que tiveram como pioneiros em Portugal com a agência Fullsix, são atualmente os partners ideais no que concerne a trends, inovação, não só na área de experiência, como na área de formação, onde têm sido docentes na Nova SBE.

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