Dona da Quinta da Pacheca constrói novos hotéis no Douro e vai chegar ao Minho
Grupo Terras & Terroir vai reforçar o negócio do enoturismo no Douro com a abertura de hotéis em Armamar e em Lamego. Estratégia de expansão do grupo estende-se ao Alentejo e Alto Minho.
O Grupo Terras & Terroir, que detém a Quinta da Pacheca, vai abrir até ao final deste ano um hotel de cinco estrelas em Armamar, que vai ter 31 quartos e envolve um investimento de 5,5 milhões de euros. Dentro de dois anos prevê inaugurar uma outra unidade de quatro estrelas no antigo Palace Hotel de Lamego, na sequência de uma concessão do imóvel pelo prazo de 50 anos.
O grupo detido pelos empresários Álvaro Lopes, Maria do Céu Gonçalves e Paulo Pereira vai ainda converter em unidade hoteleira o antigo restaurante Pedra Alta, localizado entre Viana do Castelo e Ponte de Lima. E no Alentejo vai construir mais quartos na Herdade da Rocha e um hotel na Vidigueira, apostando na organização de eventos nestes dois espaços alentejanos.
“No final deste ano vamos ter o hotel de cinco estrelas na Quinta do Barrilário, numa localização privilegiada na Estrada Nacional 222, que também terá a vertente de enoturismo, com vinha, marca própria de vinho, loja para visitas e eventos”, avançou o diretor de operações e expansão do Grupo Terras & Terroir, Bernardo Mesquita, durante uma visita à Olive Nature Hotel & Spa, em Valpaços, um outro investimento do grupo num valor superior a três milhões de euros.
No Alto Douro Vinhateiro, a unidade de luxo em Armamar está atualmente em obras, que incluem a reconversão da casa principal para acolher eventos, e de uma capela do século XVI. Narra a história que, em tempos, um colaborador da quinta caiu pelos socalcos com um barril. “Eis que o homem se levanta e fica toda a gente perplexa. E ele diz: ‘Ai São José, enquanto eu caía, só chamei pelo meu São José’. E assim ficou o nome São José do Barrilário”, conta Bernardo Mesquita.
No final deste ano vamos ter o hotel de cinco estrelas na Quinta do Barrilário, numa localização privilegiada na Estrada Nacional 222, que também terá a vertente de enoturismo, com vinha, marca própria de vinho, loja para visitas e eventos.
Ainda na região duriense, com o rio como pano de fundo e as encostas salpicadas de vinhas e olivais, abrirá dentro de dois anos um outro hotel, este com quatro estrelas, em resultado da requalificação do antigo Palace Hotel de Lamego. Vai dispor de 35 quartos, com o grupo a piscar o olho ao turismo religioso.
A estratégia de expansão do grupo vai estender-se ao Alto Minho, com a reconversão para unidade hoteleira do antigo restaurante Pedra Alta, entre Viana do Castelo e Ponte de Lima. “Está na calha também construirmos um hotel numa propriedade, que já existe nos arredores de Viana do Castelo e Ponte de Lima, com a temática da filigrana e com um espaço para eventos“, adianta o diretor. “Esta propriedade não tem vinha”, salvaguarda Bernardo Mesquita.
Os três sócios, que fizeram fortuna em França, compraram a Quinta da Pacheca (Lamego) em 2012 e a Quinta de São José do Barrilário (Armamar) em 2017, ambos na região do Douro. Seguiram-se a empresa Caminhos Cruzados (Nelas) no Dão, em 2020, a Quinta do Ortigão em Anadia (Bairrada) e a Herdade da Rocha, no Alentejo. A compra mais recente foi a da Ribafreixo Wines, que comercializa as marcas Herdade do Moinho Branco, Gáudio, Pato Frio, Barrancôa e Connections. E é na Vidigueira que vai “reabilitar a adega e ter hotelaria, mas ainda sem data definida”, relata Bernardo Mesquita.
Pacheca fatura 10,5 milhões no enoturismo
O principal negócio enoturístico do grupo continua a ser a Quinta da Pacheca — inclui alojamento, eventos, restauração e loja –, onde faturou 10,5 milhões de euros em 2022. E vai ser construído um terceiro restaurante para dar resposta à crescente procura. Por este espaço, situado no Douro, passaram 110 mil visitantes no ano passado, com destaque para as dormidas de americanos e brasileiros.
“A Quinta da Pacheca é uma unidade firmada nos mercados interno e externo — e a projeção da marca em destinos como o Brasil é incalculável”, frisa Bernardo Mesquita. “Os proprietários podem e devem estar absolutamente orgulhosos destes dez anos de trabalho de Pacheca, que é notável do ponto de vista do enoturismo, dos eventos, da venda do vinho”, salienta.
Já o Olive Nature Hotel & Spa, em Valpaços, fechou 2022 com uma faturação na ordem dos 1,6 milhões, avança o diretor de operações e expansão do Grupo Terras & Terroir. “O histórico também é recente, pois abriu em plena pandemia e, por isso mesmo, tem naturalmente uma dificuldade acrescida.” Para este ano a expectativa passa por atingir vendas de 1,9 milhões de euros.
Mais perto do rio Douro, a serpentear a montanha recortada de vinhas, o Vila Marim Country Houses, em Mesão Frio, que é mais procurado por nómadas digitais e por famílias, deverá chegar a 2024 com receitas na ordem do meio milhão de euros. Em vista está a construção de mais oito casas, além das 12 existentes, apoiadas por jardins e uma piscina. Este empreendimento não tem enoturismo, mas dispõe de ioga e outras atividades num espaço mais intimista.
Outro dos projetos que o grupo tem na manga passa pelo aproveitamento dos produtos autóctones das regiões onde tem negócio, como a castanha, o azeite, a amêndoa, os frutos secos, o mel e o folar.
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