Governo quer levar o comboio a Salamanca pela Linha do Douro
Em resposta a deputados do PSD, Ministério das Infraestruturas assume que manifestou ao Governo de Espanha interesse na ligação internacional até Salamanca pela Linha do Douro.
Portugal assume que quer levar o comboio a Salamanca através da Linha do Douro. O Ministério das Infraestruturas assume o objetivo em resposta a um grupo de deputados do PSD. Até agora, a cidade de Castela e Leão apenas surgia como destino da futura linha de alta velocidade a partir de Aveiro.
“Nas cimeiras luso-espanholas ocorridas, este Governo tem manifestado o interesse na ligação internacional pela Linha do Douro até Salamanca“, refere a resposta do gabinete liderado por João Galamba publicada no início desta semana na página do Parlamento.
Oficialmente, o Governo não tem falado no assunto nas últimas cimeiras ibéricas. Nas declarações conjuntas de 2020, 2021 e 2022, a futura linha de comboio entre Aveiro e Salamanca tem ficado inscrita nas declarações conjuntas de Portugal e Espanha após a reunião. No documento de 2023, a cidade de Castela e Leão não surge no documento emitido pelos dois países.
Atualmente, do lado português, a Linha do Douro funciona entre Ermesinde e a estação do Pocinho, depois de os comboios terem deixado de seguir até Barca d’Alva desde 1988. Do lado espanhol, a linha funciona entre a fronteira e La Fuente de San Esteban, já na província de Salamanca.
Do lado português, não faltam os anúncios para que os comboios voltem a Barca d’Alva: em 10 de maio, o Governo pôs a concurso o projeto para reativar a linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d’Alva, cujo prazo de execução é de dois anos e seis meses para um percurso de 28 quilómetros. Depois desta etapa, as obras apenas poderão ir a concurso em 2026, num investimento que será superior a 75 milhões de euros.
Também por eletrificar estão os troços Marco-Régua e Régua-Pocinho. No caso do Marco-Régua, o concurso público para as obras será lançado na próxima semana, com o preço base de 118 milhões de euros, adiantou o ministro João Galamba aos autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro na segunda-feira, a poucos dias de as cerimónias do 10 de junho decorrerem na cidade da Régua.
Entre a Régua e o Pocinho, os concursos para lançar o projeto serão divididos em três partes. Na próxima semana será lançado um projeto para colocar as catenárias na linha e um projeto para substituir pontes, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros; em julho será colocado em concurso público o projeto geral da obra, orçado em 1,5 milhões de euros.
Com as obras a avançarem nas três frentes, Portugal tenta demonstrar a Espanha que há interesse em que os comboios voltem a atravessar a fronteira no Douro. Do lado de Espanha, parte do percurso foi transformada num trilho pedonal, o Camino de Hierro.
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