Prejuízos causados pela intempérie em Foz Côa são catastróficos
Presidente da Adega Cooperativa de Freixo de Numão, em Foz Côa, considera "catastróficos" os prejuízos causados na vinha, após a intempérie de segunda-feira.
“Os estragos provocados pela chuva e queda de granizo foram muito contundentes, o que levou a uma situação catastrófica para os produtores, porque se perspetivava uma boa colheita em termos de quantidade e qualidade das uvas”, afirmou o presidente da Adega Cooperativa de Freixo de Numão, Ilídio Santos, a propósito dos prejuízos causados na vinha, após a intempérie que ocorreu no final da tarde de segunda-feira.
Esta cooperativa vitivinícola do distrito da Guarda representa meio milhar de produtores de vinho, proprietários de 1.250 hectares de vinha, onde os prejuízos são “bem visíveis”.
“Se em outras situações os estragos provocados pelo mau tempo rondavam os 20 a 40% da produção, desta vez os danos vão muito além do normal, causando prejuízos ainda não contabilizados, porque ainda só foram apurados os estragos em cerca de metade da área das vinhas dos nossos associados”, vincou o dirigente.
Ilídio Santos acrescentou ainda que a cultura da vinha é a principal fonte de rendimento deste território da sub-região do Douro Superior que está integrada na Região Demarcada do Douro (RDD).
Se em outras situações os estragos provocados pelo mau tempo rondavam os 20 a 40% da produção, desta vez os danos vão muito além do normal, causando prejuízos ainda não contabilizados, porque ainda só foram apurados os estragos em cerca de metade da área das vinhas dos nossos associados.
“Estas intempéries, para além de destruírem as uvas e videiras, causam igualmente o desmoronamento dos patamares da vinha [socalcos] e muros de suporte que são difíceis de reparar”, frisou o presidente da adega de Freixo de Numão.
Segundo Ilídio Santos, estas intempéries aconteciam intervaladas por alguns anos, mas agora são registadas várias vezes no mesmo ano, o que acarreta ainda mais prejuízos.
O dirigente refere ainda que, ao nível da cooperativa que dirige, são feitos seguros de colheita, apenas ao nível da uva, sendo esta uma medida financiada pela União Europeia. “Fazemos apelo a todos os sócios para fazerem seguros de colheita cujo prémio é financiado em 80% pela UE. Mas isto não é tudo, porque a videira fica afetada e, ao nível da cooperativa, se não tivermos uvas também não temos atividade e temos uma estrutura para manter “, enfatizou.
O Ministério da Agricultura assegurou esta terça-feira que a Direção-Regional de Agricultura e Pescas do Norte está a fazer o levantamento dos estragos provocados pelas chuvas e granizo que ocorreram na região Norte, provocando estragos na vinha. “Já temos equipas da DRAP Norte no terreno a fazer os primeiros levantamentos [dos estragos] “, referiu o Ministério da Agricultura e da Alimentação, numa nota enviada à Lusa. De acordo com o mesmo documento, o executivo está a trabalhar em “estreita ligação com os autarcas”.
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