Ex-farmacêutico lisboeta abre “primeira galeria portuguesa em Itália”
Carlos Bessa Pereira, dono de uma galeria de arte na Rua de S. Bento, em Lisboa, vai inaugurar um novo espaço de arte contemporânea em Milão, que diz ser a "primeira galeria portuguesa em Itália".
“A pessoa não se torna colecionador, a pessoa nasce colecionador”. O galerista Carlos Bessa Pereira começou a colecionar selos, caricas e minerais aos seis anos de idade. Tornou-se depois colecionador, iniciou-se nas artes decorativas do século XVIII e, posteriormente, na arte moderna e contemporânea e no design pós-guerra, com incidência no design português.
Apesar da paixão pela arte, formou-se em Farmácia na Universidade Clássica de Lisboa em 1984 e tirou um MBA em Gestão na Universidade Nova em Lisboa, no final da década de 1980. Exerceu farmácia até aos 48 anos, mas a devoção falou mais alto e acabou por decidir dedicar-se por inteiro à arte, tendo aberto em 2013 a galeria Galeria Bessa Pereira, em Lisboa.
“Quando chegamos perto dos 50 anos há um momento de quase crise existencial em que olhamos para o passado e para o futuro. Achei que deveria fazer aquilo que realmente me dá gozo, que é o lado de colecionador. E conseguir transformar aquilo que é um prazer num negócio, regra geral dá sempre bom resultado porque o envolvimento é muito grande. Tomei a decisão de vender a farmácia, fiz um ano sabático e, passado um ano e meio, abri uma galeria em Lisboa“, conta Carlos Bessa Pereira, em declarações ao ECO/Local Online.
Tomei a decisão de vender a farmácia, fiz um ano sabático e, passado um ano e meio, abri uma galeria em Lisboa.
No ano em que celebra dez anos de existência na capital portuguesa, o colecionador decidiu “voar” até Milão e abrir aquela que diz ser a”primeira galeria portuguesa em Itália”. A Bessa Pereira Gallery, que será inaugurada esta quinta-feira, é um espaço inteiramente dedicado à arte contemporânea e está localizado num bairro central da cidade italiana.
Carlos Bessa Pereira, que já foi o presidente da Associação Portuguesa de Antiquários, justifica o investimento pelo facto de Milão ter “uma tradição histórica importantíssima” arte contemporânea. “Todos os grandes artistas do mundo consideravam Milão quase uma Meca para expor as suas obras, isto desde os anos 40/50 do século XX”, detalha.
Por outro lado, o galerista destaca que esta cidade do Norte de Itália está “no centro da Europa e pode funcionar com um hub logístico”. Além da localização estratégica, reconhece ao ECO/Local Online que sempre teve uma ligação muito especial a Milão: casou com uma italiana, natural daquela cidade.
A nova galeria estreia a temporada com a exposição “La teoria dell’ Evoluzione”, de João Louro. Está patente até 8 de novembro e marca o regresso do artista português a Itália, após a participação na Bienal de Veneza em 2015 com o projeto artístico “I will be your mirror / Poems and Problems”, que à data ocupou o Palácio Loredan.
A curadoria é de Mario Codognato, “um dos mais reconhecidos e influentes” no país, e atual diretor da Fundação Anish Kapoor de Veneza. É também um dos fundadores do Museu de Arte Contemporânea de Nápoles (MADRE), do qual foi diretor artístico.
Sara Bichão, Marta Soares, José Pedro Croft, Pedro Casqueiro, Isabel Madureira Andrade, Paulo Quintas, entre muitos outros, já viram as suas obras expostas na Galeria Bessa Pereira, em Lisboa.
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