Museu de Arte Contemporânea do CCB abre portas com três exposições
Criado depois da extinção da Fundação de Arte Moderna e Arte Contemporânea - Coleção Berardo, o MAC/CCB ficou com o depósito das coleções Berardo, Ellipse e Teixeira de Freitas.
O Museu de Arte Contemporânea – Centro Cultural de Belém (MAC/CCB) abre portas esta sexta-feira, 27 de outubro, com exposições que reúnem as coleções Berardo, Ellipse, Teixeira de Freitas, e da artista belga Berlinde De Bruyckere, num programa cultural que se prolonga até domingo.
Herdeiro das anteriores instalações no CCB dedicadas a exposições e depois ocupadas pelo Museu Coleção Berardo, o MAC/CCB é inaugurado oficialmente às 21h30, com uma programação especial de entrada gratuita, que inclui uma performance musical de João Pimenta Gomes (sintetizador modular) com voz de Carminho, e a atuação do DJ Jonathan Uliel Saldanha.
No sábado e domingo, entre as 10h00 e as 19h00, o museu será ainda palco de concertos, visitas guiadas e atividades pensadas para o público adulto e famílias, nomeadamente para a nova exposição “Atravessar uma ponte em chamas”, da artista belga Berlinde de Bruyckere.
A criadora, nascida em 1964, “tem vindo a desenvolver um trabalho no campo da escultura e do desenho de enorme intensidade em torno das grandes temáticas da arte, nomeadamente a morte, a redenção, a dor e a memória”, e a exposição foi concebida especificamente para o MAC/CCB, segundo o curador e administrador do CCB, Delfim Sardo.
“É uma exposição que versa sobre uma figura simbólica, o anjo, uma criatura de mediação entre a imanência e a transcendência, o humano e o divino, e que permite pensar nas questões de género e de identidade, temáticas hoje muito oportunas e relevantes”, salientou Delfim Sardo sobre esta nova exposição, que será acompanhada por duas performances do bailarino Romeu Runa – “My Deer” e “Sybille” -, que tem trabalhado muito proximamente com Berlinde De Bruyckere.
O MAC/CCB ficou com o depósito das coleções Berardo – do qual o CCB se mantém fiel depositário, por decisão judicial -, Ellipse, adquirida pelo Estado em 2022, e a Teixeira de Freitas, aí depositada, abrindo com a exposição permanente “Objeto, Corpo e Espaço – A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960” e “Coleção Berardo do Primeiro Modernismo às Novas Vanguardas do Século XX”, num percurso com núcleos dedicados às principais vanguardas históricas da primeira metade do século XX, como o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo.
A exposição permanente inclui ainda algumas peças da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e da Teixeira de Freitas.
Criado depois da extinção da Fundação de Arte Moderna e Arte Contemporânea – Coleção Berardo, o MAC/CCB foi anunciado após a denúncia, pelo Ministério da Cultura, de um protocolo de comodato assinado entre o Estado e o colecionador de arte José Berardo, que passou a vigorar a partir de 1 de janeiro deste ano, sempre com a oposição do empresário.
A Coleção Berardo reúne os desenvolvimentos artísticos no mundo ocidental, no decurso do século XX, e inclui, entre outras obras, artistas estrangeiros de renome como Jean Dubuffet, Joan Miró, Yves Klein, Piet Mondrian, Duchamp, Chagall, Picasso e Andy Warhol, e de portugueses como Rui Chafes, Fernanda Fragateiro e Julião Sarmento.
As obras estão arrestadas pela justiça desde julho de 2019, na sequência de um processo interposto em tribunal pelo Novo Banco, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP, que reclamam uma dívida de perto de 1.000 milhões de euros, que alegam ter do empresário.
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