PSD defende que negócio da Lusa e Global Media passe para o novo Governo
A compra da posição da Global Media na Lusa pode ser votada hoje em Conselho de Ministros. PSD defende que a decisão deve passar para o próximo governo.
O PSD defende que a compra das posições da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa, que representam 45,7% do capital da agência de notícias, seja decidida pelo próximo Governo.
“O PSD confirma que tem sido informado das negociações em curso, mas não deu qualquer concordância ao negócio. De resto, entende que face à sensibilidade da matéria deveria ser decida pelo próximo Governo“, avançou ao ECO fonte autorizada do PSD. Mais, “o Governo sabe desta posição do PSD”, acrescentou a mesma fonte.
A venda das participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa pode ir esta quarta-feira a Conselho de Ministro, sabe o ECO. O Governo não confirma esta possibilidade e, questionado pelo ECO, também não responde a questões sobre a compra da participação do Global Media Group (GMG) e da Páginas Civilizadas na agência.
Em conjunto, as duas empresas detém 45,7% do capital da Lusa. A GMG conta com uma participação de 23,35% da Lusa e a Páginas Civilizadas detém 22,35%.
Esta quarta-feira, em entrevista à Lusa, Marco Galinha, chairman da Global Media, afirmou que a venda da participação do grupo na Lusa “está muito bem encaminhada”. “Os negócios normalmente têm a sua confidencialidade e não nos permite alongar muito”, começou por dizer o gestor, quando questionado sobre o ponto de situação das negociações.
Sobre se existe um prazo para negociar a venda da Lusa, tendo em conta que a Assembleia da República será dissolvida dentro de pouco tempo, o empresário rematou: “Eu diria que não vai haver qualquer razão para preocupação, as coisas estão muito bem encaminhadas.”
Entre as condições estaria a necessidade de apurar o valor dos capitais próprios da Lusa. Em segundo lugar, essa operação não podia ocorrer sem uma alteração do modelo de governação da agência, garantindo desde logo a participação dos principais clientes da agência, que é o setor [da comunicação social]“, acrescentou Adão e Silva, ministro da Cultura.
Já na última semana, os comunistas perguntaram ao Executivo quais os “apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado” de que a Global Media tem beneficiado.
Em requerimentos enviados aos ministros do Trabalho, da Cultura, da Economia e das Finanças, através do parlamento, o Grupo Parlamentar do PCP pretendeu esclarecer “que acompanhamento está [o Governo] a fazer, ou tenciona fazer, do anunciado despedimento coletivo” na Global Media e “que diligências pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores?”.
Os comunistas consideram “a situação na GMG e a evolução acionista da Agência Lusa, ademais interligadas” e que “carecem de cabal esclarecimento”.
Marco Galinha anunciou o desinteresse do grupo na Lusa no início de agosto, quando confirmou a entrada de um novo acionista, que entretanto assumiu uma posição maioritária, no grupo. Um ano e meio antes, em 31 de dezembro de 2021, a Páginas Civilizadas tinha concluído a compra, por 1,25 milhões de euros, da participação de 22,35% que a Impresa tinha na Lusa.
O Estado, através da DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças, detém 50,15% da Lusa, com a Global Media a ser detentora de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%. O fundo suíço Union Capital Group (UCAP Group) controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da GMG.
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