My wishlist para 2024

  • Pedro Loureiro
  • 10 Janeiro 2024

Que 2024 seja o ano em que as marcas portuguesas ganhem noção da importância de aparecerem mais, de aparecerem melhor, de se promoverem e darem a conhecer. Um ano de maior e mais ampla afirmação.

O tempo simbólico tem significado. No arranque de cada ano é comum perspetivarmos o início de mais uma volta ao sol. Nesses momentos, de passas na mão, ou na calmaria do feriado do primeiro dia do ano, inspirados por sentimentos de renovação e de esperança, acontece fazermos planos, projetarmos mudanças, formularmos vontades e proclamarmos intenções.

Muitas destas ficarão pelo caminho (a realidade e as circunstâncias assim o determinam), mas a concretização de muito daquilo que se deseja e aspira, verdadeiramente, está nas nossas mãos.

Em boa parte, devemos reconhecê-lo, é de nós e de nós apenas que dependem as ações que fazem acontecer o futuro que queremos ter.

Por isso, ao atingir, neste primeiro mês do ano, a maioridade como CEO da Media Gate – o tempo simbólico dos 18 anos acarreta a ideia de maturidade – formulo de forma convicta um desejo profundo, mas plausível: o de que o ecossistema da indústria no qual nos movemos, incluindo agências e os próprios anunciantes, ganhem uma consciência mais sentida e apurada da importância de valorizarmos o que é nosso, o que é nacional.

Que 2024 seja o ano em que as marcas portuguesas ganhem noção da importância de aparecerem mais, de aparecerem melhor, de se promoverem e darem a conhecer. Um ano, no fundo, de maior e mais ampla afirmação das marcas portuguesas.

É importante que mais marcas lusas percebam a importância, para a sua própria competitividade e futuro, de ganharem visibilidade e reconhecimento público, de apostarem em mostrar-se, e à sua ambição, e de por essa via explicitarem que querem crescer junto dos consumidores e do mercado e, se esse for o seu caminho, de ganharem escala e conquistarem novas geografias.

Mas porque concretizar desejos não é algo que se possa realizar sem esforço, dedicação ou devoção (daqui já se depreende quem desejo que ganhe o campeonato!) é necessário que continuemos, no mercado de media, a trabalhar no desenvolvimento de soluções que respondam às necessidades e ambições dos anunciantes, mas também às dos consumidores.

Para tanto, a formação assume um papel muito relevante, pois num mercado onde diariamente a inovação traz à tecnologia novas ferramentas que fazem a diferença, a formação, o conhecimento e domínio destas, e do seu potencial, ganham enorme relevância.

Foi esta vontade de formar, para crescer, que levaram à criação da Gate Academy, uma valência orientada para valorizar e qualificar o nosso talento interno, mas também as pessoas que constituem o núcleo de profissionais que integram e se relacionam com o nosso ecossistema.

Desejo que, neste ou noutro formato, as empresas em geral, mas em particular o setor, como um todo, perceba a importância desta dimensão, crescentemente tecnológica e tecnicamente sofisticada, e aposte em fazer mais pela formação, pelo treino, pela qualificação e pela transmissão de competências. Isto vale para quem está a trabalhar, mas também para a formação de estudantes, de jovens e novos talentos das áreas do marketing, design e comunicação.

O setor de media e a indústria da comunicação reúnem as melhores condições para inovar, para serem um laboratório vivo e vibrante, colaborativo e criativo, identificador e promotor de talento. Este é também um desejo nosso: sermos capazes de atrair o interesse de parceiros que a nós se queiram juntar com o propósito de gerarmos conjuntamente mais valor, de forma responsável e com propósito. Sim, porque, mais do que promover o caminho para a sustentabilidade – nos seus três pilares – é fundamental fazer este caminho.

Neste arranque de 2024 e com eleições à vista para o próximo dia 10 de março, espero que o próximo governo que os portugueses escolham – no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril – seja um governo “amigo” do investimento, do crescimento e das empresas. Um governo que baixe significativamente o IRS, tornando o salário disponível mais próximo do custo do mesmo.

Só com salários mais altos, podemos premiar o esforço e promover a ambição. Um país acomodado e sem ambição, não cresce, e sem crescimento o Estado Social definha. Já fomos um país com ambição. Acredito e espero que possamos voltar a ser. Desejo, assim, que essa vontade de voltarmos a ser ambiciosos no crescimento e na melhoria da economia e da sociedade possa ser clara nas próximas eleições.

Para o mundo, que está um lugar cada vez mais perigoso, espero que os políticos moderados assumam o risco de lutar por ideias, por causas e por projetos que mobilizem, em vez de se esconderem em lugares comuns e deixarem, por mero calculismo, os populismos crescerem, minando a liberdade, a democracia e a urbanidade.

Enfim, de uma forma geral, desejo que o ano de 2024 seja melhor do que foi o ano de 2023 e que o país possa, apesar das adversidades e incertezas, encontrar um rumo que lhe permita afirmar o valor que tantas vezes já demonstrou e criar as condições de estabilidade e confiança para que possamos, todos, prosperar.

  • Pedro Loureiro
  • Founding partner da MediaGate

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