Porto cria oito quarteirões para aliviar pressão turística na cidade. Saiba quais são
Câmara do Porto cria oito quarteirões para aliviar pressão turística na cidade, apresentando um novo mapa de promoção que engloba os municípios vizinhos de Matosinhos e Vila Nova de Gaia.
Centros históricos do Porto e Gaia; Baixa do Porto; Foz e Matosinhos Sul; Boavista / Campo Alegre / Marginal do Douro; Bonfim; Asprela / Arca d’Água / Carvalhido / Ramalde; Lapa / República / Marquês; e Campanhã / Antas. São estes os oito novos quarteirões territoriais que a autarquia do Porto vai criar para aliviar a pressão turística, surgindo assim um novo mapa de promoção turística da cidade, como o ECO/Local Online já tinha avançado.
Este novo instrumento de orientação do município da Invicta resulta do estudo “Estratégia de base para a dispersão dos fluxos turísticos do destino Porto e a criação de quarteirões no concelho do Porto”, desenvolvido pela EY‑Parthenon, e cujos resultados foram apresentados esta sexta-feira no Reservatório da Pasteleira.
Depois da elaboração do “Manifesto do Turista” e da criação de uma nova plataforma de informação que funciona como Observatório do Turismo do Porto, o município portuense propõe agora a criação destes quarteirões turísticos. E que juntam no mesmo mapa turístico as cidades vizinhas de Matosinhos e Vila Nova de Gaia, partindo do pressuposto de que esta região continuará a posicionar-se como um destino de referência a nível europeu e mundial.
Esta distribuição do Porto turístico em oito quarteirões não visa apenas os turistas que visitam a cidade, mas também surge a pensar no bem-estar e na melhoria da qualidade de vida dos residentes dessas zonas. O objetivo é criar um equilíbrio entre ambos ao mesmo tempo que se gere melhor a pressão turística.
“É nesta aposta de equilibrar o mais possível o convívio saudável entre quem nos visita e os residentes do Porto, bem como a melhor gestão da pressão turística no centro da cidade, que propomos esta nova estratégia que visa estruturar o território do Porto e dos elos da sua ligação a Matosinhos e Gaia por ‘quarteirões’ que espelham novas formas de experienciar as cidades”, afirmou a vereadora do Turismo e da Internacionalização, Catarina Santos Cunha, durante a sessão de abertura.
A autarca sublinhou ainda que “este novo olhar sobre a cidade do Porto permitirá individualizar estratégias de promoção e atração de investimento para cada zona da cidade com base nas suas identidades próprias, fatores de competitividade e atratividade e oferta turística, respondendo às necessidades, potencialidades e idiossincrasias de cada um dos microdestinos dentro do grande destino Porto”. Até porque, assinalou, “o turismo é um ativo económico da cidade muito relevante”.
“Temos pressão, mas não temos excesso de turismo”, diz vereadora
Para Catarina Santos Cunha, esta estratégia será uma forma dos outros territórios do Porto também serem conhecidos pelos turistas e ganharem uma maior dinâmica económica. “Se fizermos a dispersão é para criar ativo económico nos outros locais [da cidade] e não criar pressão neles”, assegurou.
Em relação às zonas da cidade onde há maior pressão turística, como o centro histórico e a Baixa, a vereadora garantiu: “Temos pressão, mas não temos excesso de turismo. Ainda não chegamos a nenhuma rutura“.
Esta é, por isso, explanou, “uma estratégia que coloca uma lupa sobre as diferentes cidades dentro da cidade, a identidade de cada bairro, a qualidade e diferenciação da sua oferta, os seus fatores de competitividade e atratividade, as narrativas que se desdobram em cada quarteirão”.
Ainda não chegamos a nenhuma rutura.
Nesse sentido, os munícipes vão ser chamados a dar um contributo nesta divisão territorial de modo a serem “recolhidos conteúdos desses novos territórios para que sirvam de ferramenta para comunicação”.
A vereadora acredita que será possível ter um melhor diagnóstico desta distribuição territorial após o término das obras do metro. “Tenho a certeza que, quando terminarem as obras do metro, teremos uma cidade diferente. E vai ser uma avaliação importante, ao fim de seis meses, perceber como é que a cidade está a fluir porque, como sabemos, os transportes públicos são absolutamente cruciais”, salientou.
“Há Porto a menos”, diz historiador Hélder Pacheco
Presente na sessão, o historiador Helder Pacheco defendeu que “há Porto a menos”, referindo-se às zonas da cidade que não são visitadas e conhecidas pelos turistas. A expressão acolheu anuência do presidente da Associação Portuguesa de Management, Carlos Brito, também chamado a intervir numa mesa redonda sobre o estudo que foi apresentado. “Concordo que há mais Porto; há muito Porto para além do centro histórico. Ninguém vem visitar a Asprela ou Bonfim“, frisou.
O historiador Helder Pacheco acrescentou, por sua vez, que “o turismo salvou o Porto da decadência“, em alusão às zonas da cidade que, em tempos, tiveram pouca afluência de pessoas que tinham receio de as frequentar.
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