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Media Capital fecha semestre com prejuízo de 2,67 milhões

Carla Borges Ferreira,

As receitas subiram 10%, para 76,3 milhões de euros, e o total de gastos operacionais aumentou 5%, para 73,9 milhões. Publicidade cresce 16%.

O grupo dono da TVI fechou o semestre com um resultado líquido negativo de cerca de 2,7 milhões de euros. Apesar de negativo, é uma melhoria de 44% em relação ao semestre homólogo. As receitas subiram 10%, para 76,3 milhões de euros, e o total de gastos operacionais aumentou 5%, para 73,9 milhões.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) é de 2,4 milhões de euros (versus 1,3 milhões negativos no primeiro semestre de 2023), com uma margem de 3,2% e o EBIT (lucros antes de Juros e impostos) é negativo em 1,1 milhões, uma recuperação de 77%.

Nos rendimentos, destaque para a publicidade, que cresceu 16%, para os 50,5 milhões de euros. Os outros rendimentos operacionais aumentaram 1%, para 25,8 milhões, revela o relatório enviado esta terça-feira à CMVM.

Este aumento é reflexo do crescimento concretizado quer no mercado publicitário de canal aberto, onde superou largamente o crescimento de mercado, quer no mercado de publicidade de canais de televisão paga onde cresceu em 40% face aos resultados atingidos no período homólogo”, justifica o grupo, que no período em análise liderou as audiências.

Na televisão, digital e entretenimento os rendimentos foram de 71,5 milhões (+9%) e os gastos 69,9 milhões (+1%). O EBITDA situou-se nos 2,5 milhões, que compara com os 2,7 milhões negativos do período homólogo, e o resultado operacional foi de 457 mil euros (versus 5 milhões negativos no primeiro semestre de 2023).

Em contraste com o crescimento na publicidade, os outros rendimentos operacionais, que englobam essencialmente proveitos de cedência de sinal, vendas de conteúdos e serviços multimédia, apresentaram uma descida de aproximadamente 1 milhão de euros (-5%). “Para este ligeiro decréscimo contribuiu a venda do catálogo histórico da série ‘Morangos com Açúcar’ verificada no ano anterior”, justifica o grupo.

Nos primeiros seis meses do ano, o canal generalista somou 15,3% de share (target Universo) contra 14,7% do principal concorrente. A TVI atingiu, assim, uma vantagem de 0,6 pontos percentuais, sendo que no final do primeiro semestre do ano passado atingiu -0,6 pontos. No horário nobre a TVI alcançou 17,3% de share. A vantagem cifra-se, agora, nos 0,9 pontos percentuais. No target Adultos a TVI obteve 15,8% (total dia) e 17,8% (prime-time)”, destaca o grupo.

Na produção audiovisual o resultado operacional foi negativo em 937 mil euros, valor que compara com os 561 mil negativos do primeiro semestre de 2023, e o EBITDA foi de 308 mil euros (-49%), com uma margem de 1,5%. Também nesta área os rendimentos cresceram 10%, para os 20,2 milhões, mas os gastos aumentaram 12%, para os 19,9 milhões.

“Os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações, provisões, imparidades e reestruturações, aumentaram em 11% face ao período homólogo, resultado do aumento da atividade e de uma clara aposta na
qualidade da produção dos conteúdos”, descreve.

No segmento Outros os rendimentos operacionais apresentaram uma redução de 8%, para 5,1 milhões, e os gastos operacionais aumentaram 8%, para 5 milhões. O EBITDA foi de 74 mil euros, uma descida de 92%. O endividamento líquido no final do primeiro semestre de 2024 situou-se nos 29,8 milhões. No início do ano foram distribuídos dividendos no montante de 3,5 milhões.

Vários são os fatores externos que contribuíram para o desempenho do primeiro semestre, mas a evolução do mercado publicitário será o mais importante de assinalar. Registou-se um crescimento na televisão paga, mais até do que o negócio digital — negócio esse que, nos anos mais recentes, tem estado a desviar receita ao negócio da televisão”, aponta o grupo também dono da CNN Portugal. “Foi, aliás, o comportamento positivo das marcas e dos anunciantes que nos motivou e nos encorajou a lançar um novo canal na televisão paga”, adianta ainda o grupo que se prepara para lançar em agosto um novo canal generalista.

“Se é certo que a redução de custos no primeiro semestre de 2024 e o aumento de receita do Grupo geraram uma melhoria de EBITDA face ao período homólogo, é também certo que o Grupo tem como objetivo a sua melhoria substancial no segundo semestre do ano”, aponta a Media Capital.

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