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Negócio fechado. Estado já comprou participação da Global Media e Páginas Civilizadas na Lusa

Carla Borges Ferreira,

A concretização do negócio aconteceu, tal como previsto, após Marco Galinha ter recuperado o controle da Páginas Civilizadas e, por essa via, da Global Media, agora já sem JN e TSF.

O Estado concluiu, na tarde desta quarta-feira, a compra das participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa. Tal como o +M avançou em meados de julho, a compra dos 23,36% do Global Media Group e dos 22,35% da Páginas Civilizadas estava apenas dependente da saída do World Opportunity Fund (WOF) da Páginas Civilizadas — e, por via dessa, da Global Media –, para que o Estado fechasse o negócio.

Ora, a conclusão da venda dos títulos da Global Media à Notícias Ilimitadas, no início da noite de terça-feira, abriu as portas à saída do World Opportunity Fund (WOF) da Páginas Civilizadas e, por sua vez, à venda das participações desta empresa e também da Global Media na Lusa.

O acordo de princípio já teria sido alcançado a meados do mês, por um valor ligeiramente abaixo dos 2,6 euros por ação previsto em novembro — o que somaria cerca de 2,53 milhões –, mas a sua formalização só teria lugar quando o fundo que ainda detém 51% do capital social da Páginas Civilizadas, que por esta via detém uma participação indireta de 25,63% no grupo na altura ainda dono do Jornal de Notícias e da TSF, saísse do capital da empresa.

A compra da participação do WOF, que permitiria a Marco Galinha voltar a controlar a totalidade do capital da Páginas Civilizadas, estaria por sua vez dependente da concretização da venda da TSF, do Jornal de Notícia e do Jogo, com a três operações a dar-se quase em simultâneo.

Com os dois primeiros passos dados na terça-feira, o Estado reforçou então a sua presença na agência de notícias da qual já era, recorde-se, o acionista maioritário, com 50,15%.

Em declarações ao +M, Marco Galinha, novamente acionista maioritário mas da nova Global Media, afirma que as movimentações que agora se concretizam — e que vão passar também pelo reforço da sua participação na Vasp — traduzem “um desinvestimento do grupo Bel na área dos media e um investimento no setor da distribuição“. O objetivo, agora com menos títulos, é “dar uma vida digna ao Diário de Notícias, Açoriano Oriental e Men’s Health“, garante.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, tinha avançado, há cerca de um mês, que considerava a compra das ações da Lusa detidas pela Global Media Group (GMG) “uma prioridade absoluta”, mas alertava que o Estado “não pode pagar mais do que o preço justo”.

As declarações do ministro começaram por ser citadas num comunicado do Sindicato de Jornalistas, que reuniu com o governante numa audiência pedida a propósito dos atrasos nos pagamentos aos trabalhadores a recibos verdes do GMG.

 

(notícia atualizada às 16h35 com a finalização do negócio e às 17h30 com declarações de Marco Galinha)

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