Miranda do Douro pede apoios ao Governo para prejuízos provocados pelo fogo
Os principais setores afetados foram a apicultura, floresta, soutos e lameiros entre outras culturas, "o que deixou os proprietários em sufoco”, segundo a autarquia.
O município de Miranda do Douro pediu esta terça-feira apoios ao Governo para minimizar os estragos provocados na floresta e apicultura resultantes do incêndio que assolou este concelho durante três dias e que teve início no passado dia 10. “Dos prejuízos causados pelo incêndio que teve início no concelho vizinho de Vimioso no passado dia 10 e se alastrou às freguesias de Cicouro e São Martinho de Angueira, os principais setores afetados foram a apicultura, floresta, soutos e lameiros entre outras culturas, o que deixou os proprietários em sufoco”, disse à Lusa o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues.
De acordo com o autarca do distrito de Bragança, os prejuízos após uma monitorização são mais visíveis em soutos, com cerca de 90 hectares afetados, a que se juntam as florestas de árvores folhosas com 70 hectares. No campo das culturas de sequeiro e regadio está estimada uma área ardida de 84 hectares a que se juntam mais 32 em pomares. Há ainda o registo de 570 hectares de mato e mais de 50 hectares de pastagem espontânea e melhoradas.
Nuno Rodrigues destacou ainda os prejuízos no setor apícola em cerca de 230 apiários afetados, o que provocou danos irreversíveis neste setor. “Estes dados foram fornecidos por várias associações de produtores e pelo levantamento feito pelas juntas de freguesia e pelo próprio município. Gostaríamos, agora, que a tutela olhe-se para estes números com seriedade para assim se poder apoiar quem perdeu os seus rendimentos”, vincou Nuno Rodrigues.
Só neste incêndio foram consumidos 1.470 hectares de floresta, mato e áreas agrícolas. O município de Miranda do Douro já enviou o relatório dos prejuízos para as secretarias de Estado da Agricultura e das Florestas e espera uma visita às zonas atingidas por este incêndio, ainda no decurso do mês de agosto, “já que os agricultores estão desolados pelos prejuízos causados pelas chamas”.
No combate a este fogo que deflagrou na União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, em Vimioso, estiveram envolvidos ao longo de três dias cerca de 625 operacionais que foram apoiados por 207 veículos, 11 máquinas de rasto e 17 meios aéreos portugueses e espanhóis. Apesar do “ataque musculado”, o fogo acabou por alastrar a São Martinho de Angueira e Cicouro, já em Miranda do Douro, causando sobressalto nestas aldeias raianas, dada a intensidade das chamas e as mudanças repentinas do vento.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) classificou na quarta o incêndio que deflagrou no dia 10 de agosto no concelho de Vimioso, como o maior registado desde janeiro.
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