Reskilling e upskilling: A resposta à revolução digital no marketing e comunicação

Com o aparecimento quase diário de novas plataformas e abordagens de Marketing e Comunicação, dominar as últimas tendências digitais não é um mero "nice to have", mas um requisito essencial.

Se há um termo que define o cenário atual das organizações, é “transformação”. E, no epicentro desta transformação, encontram-se o Marketing e a Comunicação, departamentos que têm sido desafiados a reconfigurar as suas práticas e a adotar novas competências, especialmente em tecnologias digitais. Para isso, o reskilling e o upskilling tornaram-se indispensáveis, até mesmo para aqueles em posições de liderança.

Com o aparecimento quase diário de novas plataformas e abordagens de Marketing e Comunicação, dominar as últimas tendências digitais não é um mero “nice to have”, mas um requisito essencial​. Esta realidade sublinha a necessidade de uma requalificação constante. As empresas já não podem confiar apenas em métodos antigos e, por isso, têm adotado estratégias que garantam que os seus colaboradores, desde os quadros operacionais até aos altos cargos, acompanhem a evolução tecnológica.

O digital deixou de ser uma área confinada a especialistas; é transversal. O que significa isto para os profissionais de Marketing e Comunicação? Que precisam de uma nova mentalidade e de um conjunto de competências que abranja a análise de dados, a automação, o marketing de conteúdo e, claro, a inteligência artificial (IA). Segundo o relatório da HubSpot para 2024, 64% dos marketeers já utilizam IA, e 38% planeiam começar a utilizá-la ainda este ano, o que reforça a necessidade de todos, incluindo os líderes, estarem preparados para trabalhar lado a lado com estas novas ferramentas​.

A tendência para o reskilling e upskilling também é impulsionada por uma mudança nas prioridades das empresas. Por exemplo, com 85% dos marketeers a planear aumentar o investimento em vídeo em 2024 (de acordo com o estudo da Vidico), esta área ganha uma nova relevância, exigindo que os profissionais estejam não só familiarizados com estas estratégias, mas que também sejam capazes de liderar iniciativas que integrem conteúdo, tecnologia e criatividade de forma eficaz.

Apesar da necessidade urgente de reskilling e upskilling, as empresas enfrentam desafios significativos na implementação destes programas. Um dos principais obstáculos é o ritmo acelerado da mudança tecnológica, que pode tornar rapidamente obsoletos os conhecimentos adquiridos. Muitas organizações subestimam os recursos necessários para desenvolver e implementar programas eficazes de formação contínua. Um documento da Brand Vision Insights, recentemente publicado, revela que 69% das empresas identificam a formação e o desenvolvimento de competências como um dos maiores desafios para a adoção de IA no marketing. Além disso, a resistência cultural dentro das organizações pode dificultar a adoção de novas tecnologias especialmente entre colaboradores mais experientes que podem estar menos inclinados a abraçar a mudança.

A evolução contínua das ferramentas de IA promete alterar ainda mais o panorama das necessidades de formação nos próximos anos. À medida que estas ferramentas se tornam mais sofisticadas, com capacidades de automação e análise preditiva mais avançadas, as exigências de competências também vão mudar. Os profissionais de marketing terão de se adaptar a um ambiente onde a criatividade e a tomada de decisão estratégica estão cada vez mais integradas com as capacidades de IA, o que exige uma combinação única de pensamento crítico, literacia digital e agilidade na aprendizagem.

A implementação de programas de reskilling e upskilling não deve ser vista como uma tarefa pontual, mas como um processo contínuo. As tecnologias e as tendências evoluem a um ritmo que não permite pausas. As organizações que querem manter-se na vanguarda precisam de garantir que as suas equipas estão sempre um passo à frente, prontas para abraçar as mudanças que estão por vir.

À medida que o panorama do marketing e da comunicação continua a ser moldado pela tecnologia, não se trata apenas de adquirir novas competências, mas de adotar uma nova forma de pensar, onde a aprendizagem contínua se torna parte do ADN das organizações. Porque, no final, o verdadeiro sucesso será alcançado pelas empresas e profissionais que, não só acompanham a mudança, mas que a lideram. Portanto, é imperativo que líderes e equipas comecem desde já a planear e investir em programas de formação contínua, para garantir que estão preparados para os desafios e oportunidades que o futuro trará.

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