É fácil culpar a agência ou o cliente
“A agência não é incrível” ou “o cliente não deixa fazer nada”. Quem nunca ouviu isto? É fácil culpar alguém quando as coisas não estão bem, mas vale a pena refletir: estou a fazer bem a minha parte?
Há uns anos ouvi alguém dizer que falou com a agência e que pediu uma campanha com o briefing “liberdade total”. “Façam o que quiserem”, disse. Claro que o resultado não foi o esperado.
Acredito há muito tempo que a parte mais importante do trabalho de um cliente – na sua relação com a agência – é encontrar aquilo que a marca tem de único ou relevante para dizer e que gere negócio.
E também acredito, mais ou menos desde a mesma altura, que a parte mais importante do trabalho de uma agência é passar a mensagem das marcas de acordo com os interesses e expectativas dos consumidores.
Parece fácil, mas não é.
São precisas duas pessoas para dançar o tango, já dizia alguém, e antes de ver quem tem a culpa, quando as coisas saem ao lado, convém perceber se estamos a fazer bem a nossa parte.
Será que a campanha veio mal porque a agência falhou ou porque o briefing era mau?
Será que o cliente chumbou a campanha porque não deixa fazer nada ou porque a mesma não respeita o briefing ou não é relevante para os clientes?
Uma coisa está dependente da outra e não estou a ver a possibilidade de se fazer bom marketing sem que os dois lados façam bem o seu trabalho.
Os clientes que conseguirem encontrar os pontos de diferenciação do seu negócio e que simplifiquem e descodifiquem a conversa comercial numa mensagem clara para os consumidores vão sair vencedores.
As agências que conseguirem passar essas mensagens aos consumidores na sua língua e de uma forma que os interesse vão triunfar.
E antes de culpar alguém, agências e clientes podem trabalhar em conjunto para resolver o que não está a funcionar.
Se o briefing não é bom discutam-no. Já melhorei muitos briefings depois de conversar com a agência.
Se a criatividade falhou, é possível clarificar a mensagem, quem é o consumidor ou o caminho.
Às tantas percebemos por onde seguir.
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