United Colours of Brands

  • António Fuzeta da Ponte
  • 8 Outubro 2024

Sejam bem-vindos os que mudaram de medicina para música, misturem-se com os que adoram o cálculo financeiro e os que professam a paixão pela sociologia ou que veneram o binário. As marcas agradecem.

Ultimamente tenho-me perguntado do que é feita uma boa equipa de marca. Como se compõe uma boa equipa capaz de trabalhar uma boa marca, daquelas que todos aspiram a tocar.

Dizem que as boas marcas, as marcas fortes e perenes, são consistentes, coerentes, monolíticas e sempre iguais. Como sempre foram e sempre serão.

Sendo assim, então as equipas que fazem estas super-marcas devem também ser elas próprias muito consistentes, compostas por pessoas muito alinhadas, com partilha forte de valores e experiências. São a marca por dentro e por fora, de manhã à noite, de janeiro a dezembro.

O melhor até é que venham desde cedo com os mesmos códigos, já agora tendo passado pelos mesmos cursos. De marketing, de comunicação, design, publicidade, enfim. Mas com um corpo muito comum.

Hum… escrevo, mas não estou nada certo disso. Ou melhor, até pode ser, mas então essas marcas serão marcas monocromáticas, mas também mono-temáticas, mono-interesse, mono-discurso. Enfim uma monotonia consistente. Porque eliminam o inesperado, alheiam-se do surpreendente e do diferente em prole do “sempre fizemos assim”.

Convido todos os colegas, gestores de equipas de Marca, a recrutarem e alimentarem a diferença. Seja a equipa alargada ou mais curta, componham-na de diferença. E não é só porque na equipa há funções diferentes, que vão do digital, à media, ou da publicidade ou à ativação. Busquemos passados diferentes, geografias, sotaques e jargões diferentes, contextos diversos ou mesmo opostos. Porque da diferença, do revolver de opiniões e abalar de convicções é que sairá um rumo claro, bem definido e partilhado, para uma marca forte.

Sejam bem-vindos os que mudaram de medicina para música, misturem-se com os que adoram o cálculo financeiro e os que professam a paixão pela sociologia ou que veneram o binário. Venham os GenX’ers, os Z’s, os Boomers e os que nem sequer têm rótulo. Já conheci grandes publicitários que foram antes vendedores de tintas e estrategas que espalharam o pânico como porteiros de discoteca. Todos cabem, desde que tenham intolerância à monotonia e aceitem ceder para crescer.

Por último, convém também ter bem presente que uma Marca não se faz, nem de perto nem de longe, só com as pessoas da equipa de Marca. Venha a “CEO’s will”, mas escutemos também os colegas que nos sugerem ideias no elevador ou melhor ainda, estruturemos fóruns para partilha e inputs da organização. Coitada da equipa de Marca que só tem boca e abdica dos ouvidos. Bem-vindos os diferentes, as marcas agradecem.

  • António Fuzeta da Ponte
  • Diretor de marca e comunicação da Nos

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