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Inflação vai acelerar no mercado publicitário nos próximos dois anos, prevê a WFA

Rafael Ascensão,

A previsão é que a taxa de inflação no investimento publicitário dos maiores mercados mundiais suba nos próximos dois anos e de forma mais significativa em 2026. A única exceção é o Reino Unido.

Anunciar vai, previsivelmente, ficar mais caro em 9 dos 10 principais mercados publicitários. Os próximos dois anos vão ser de crescente inflação nos preços dos espaços publicitários, de acordo com o “WFA Outlook 2025“, da World Federation of Advertisers (WFA).

A WFA, que em abril antevia uma inflação de preços de 3,1% para este ano, reviu este valor para 3,3%, com aumentos nos EUA e na Europa Ocidental a serem compensados por reduções nas previsões para o mercado chinês e japonês. Mas a tendência para os próximos anos é também de um aumento crescente.

Segundo o relatório, para 2025, a WFA antecipa que nove dos 10 principais mercados publicitários registem uma inflação superior à de 2024. A taxa de inflação do mercado norte-americano, por exemplo, deve subir de 2,1% para 2,3% e depois, de forma mais significativa, para 3,9% em 2026.

A Índia, no entanto, é mesmo o mercado que se destaca ao nível da inflação nos preços dos espaços publicitários, prevendo-se que a taxa de 8% em 2024 aumente para 9% para 2025 e para 9,6% em 2026. Já a China deve subir de 3,6% (em 2025) para 5,4% (2026) e o Japão de 1,8% (2025) para 3,1% (2026).

O Reino Unido é a única exceção neste aumento da inflação entre os 10 maiores mercados publicitários, embora a região também registe “sinais de aumento de preços”.

Para lá dos 10 principais mercados publicitários, estão a chegar boas notícias aos mercados da Turquia e Argentina, onde os níveis de inflação parecem estar a começar a recuar dos seus valores anormalmente altos. Com as taxas de inflação a começarem a recuar de 80% para 60%, no caso da Turquia, e de 200% para 80%, no caso da Argentina, os dados são mais animadores para estes dois países, embora estes mercados “permaneçam longe da situação estável que a indústria requer para um planeamento eficiente”, sublinha-se no estudo.

O WFA Outlook é feito a partir de previsões de preços de media fornecidas voluntariamente por nove entidades (Cortex Media, Dentsu, Ebiquity, Havas, Magna, MediaSense, Omnicom MediaGroup, Publicis Media, the7stars Ltd), que cobrem um total de 14 canais de media em 41 mercados.

Numa recente previsão da WARC, divulgada em agosto, estima-se que o investimento publicitário a nível global cresça 10,5% este ano. Se estas previsões se concretizarem, o mercado publicitário pode ultrapassar, pela primeira vez, a marca de um bilião de dólares de investimento, atingindo os 1,07 biliões de dólares (cerca de 958 mil milhões de euros).

O volume de investimento publicitário a nível global mais do que duplicou ao longo dos últimos 10 anos, embora o crescimento possa – pelo menos por vezes – ser atribuído precisamente à inflação. Em 2023, por exemplo, as previsões apontavam para que o mercado publicitário registasse um crescimento de 3,3% embora este se devesse maioritariamente à inflação e não a um efetivo crescimento no investimento no setor, alertava a Dentsu no seu relatório “Global Ad Spend Forecast 2023″.

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