Com 79 milhões de euros de dívidas, Lisgráfica abre falência. 110 pessoas ficam sem emprego
A gráfica responsável pela impressão de jornais como o Expresso e de revistas como a Visão abriu falência e fechou portas. Mais de uma centena de pessoas perdem o emprego.
A Lisgráfica abriu falência e deixou de laborar. A já frágil situação financeira da empresa viu-se agravada pela não homologação do seu plano de recuperação por parte do tribunal de Sintra, o que levou ao fecho das portas da gráfica que imprime publicações como o Expresso ou a Visão.
O administrador de insolvência da empresa, Nuno Lemos, confirmou que a atividade da Lisgráfica “foi suspensa, pois foi cortado o fornecimento de energia ao edifício, não existindo liquidez na tesouraria para pagar as faturas em dívida”, refere o Jornal de Negócios.
A já conhecida decisão judicial de não homologação do plano de recuperação, aliada ao corte do fornecimento de energia, “levou, naturalmente, à preocupação dos clientes que retiraram os títulos de produção, pelo que a Lisgráfica parou a atividade“, explicou ainda Nuno Lemos.
Sem posto de trabalho ficam 110 pessoas, sendo que alguns trabalhadores já contavam com dois e três meses de salários em atraso, conforme noticiou o +M. A dívida total da empresa — que imprime outras publicações como a TV 7 Dias, TV Guia, TV Mais, Avante ou Fugas — ronda os 78,7 milhões de euros.
Com o fim das operações, e de acordo com o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), segue-se o encerramento formal da Lisgráfica e da sua atividade, a cessação dos contratos de trabalho e a liquidação do ativo do ativo da empresa.
Foi no final da semana passada que se soube que o plano de recuperação da Lisgráfica não tinha sido homologado. “O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra – juiz 6 de Sintra, decidiu não homologar o plano de recuperação”, informava a gráfica à CMVM na sexta-feira.
A empresa tinha apresentado em fevereiro deste ano um plano de recuperação ao Juízo do Comércio de Sintra no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, depois de em dezembro ter apresentado insolvência.
A Lisgráfica registou prejuízos líquidos de 571 mil euros na primeira metade de 2023, inferiores aos de 1,20 milhões de euros verificados no mesmo período do ano passado, segundo anunciou em setembro.
A 21 de junho anunciou que o seu plano de insolvência e recuperação tinha sido aprovado por 62,3% dos credores. O plano previa o pagamento integral dos créditos laborais, dos créditos da Autoridade Tributária e da Segurança Social em planos prestacionais a contratar nos termos da lei, o perdão de 95% dos créditos comuns e um perdão de 100% dos créditos subordinados.
No início de setembro, José Brás Monteiro apresentou a sua renúncia ao cargo de administrador da Lisgráfica, tendo cessado funções no final desse mês.
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