BBC quer extinguir 155 postos de trabalho. Objetivo é economizar 24 milhões de libras
"Com os custos com pessoal a representarem 75% do nosso orçamento geral, lamento dizer que a extinção de empregos é inevitável", disse a CEO da BBC News num email aos trabalhadores.
A BBC anunciou a intenção de cortar 155 postos de trabalho no seu serviço de notícias (BBC News). O corte abrangerá 130 jornalistas e 25 profissionais de áreas mais técnicos e o objetivo passa por economizar 24 milhões de libras (cerca de 28,7 milhões de euros).
A poupança de 24 milhões de libras representa 4% do orçamento que a BBC aloca ao seu serviço de notícias, e faz parte de um esforço maior da estação que, no seu conjunto, pretende conseguir poupar 700 milhões de libras (cerca de 838 milhões de euros) por ano.
A notícia foi dada pela CEO da BBC News, Deborah Turness, que anunciou aos trabalhadores através de um email que a empresa tem como objetivo cortar um total de 185 empregos e abrir 55 novas vagas – o que se traduz numa extinção de 130 postos de trabalho. No entanto, prevê-se um corte ainda mais amplo entre os trabalhadores da BBC, uma vez que o objetivo passa por cortar 500 empregos até março de 2026, refere o The Guardian.
No email, Turness referia ainda que a BBC tinha “trabalhado arduamente para encontrar outras formas de economizar recursos que não exigissem a extinção de postos de trabalho”. Na verdade, “mais de 40% do que vai ser poupado advém de medidas que não estão relacionadas com postos de trabalho, incluindo reduções de gastos com contratos, fornecedores, distribuição e prédios físicos”, avançou.
“Mas com os custos com pessoal a representarem 75% do nosso orçamento geral, lamento dizer que a extinção de empregos é inevitável“, acrescentou. No entanto, a CEO da BBC News garantiu que mesmo com os cortes, o departamento “vai continuar muito bem equipado em comparação aos concorrentes”.
Um porta-voz da BBC, citado pelo The Guardian, disse que a empresa estava comprometida no apoio a todas as equipas afetadas. “Temos um bom histórico de realocação de pessoas que desejam permanecer na BBC e vamos analisar oportunidades para realocar estas pessoas“, disse.
Recentemente o diretor-geral da BBC, Tim Davie, defendeu que a China e a Federação Russa “estão a ganhar” com os cortes orçamentais que obrigaram a BBC a reduzir o seu serviço internacional, para avançarem com uma “propaganda incontestada”.
“Podemos constatar que quando o Serviço Internacional [da BBC] se retira, os operadores mediáticos financiados por Estados aproveitam para ocupar o terreno“, acrescentou, referindo-se à estação russa RT, disponível em Inglês, Árabe e Castelhano, e à chinesa CGTN.
Durante anos, a BBC foi financiada por subvenções do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo britânico. Mas depois de 2014 passou a ser financiada por uma contribuição audiovisual paga pelas famílias. Em 2022, o grupo anunciou o encerramento dos seus serviços em Árabe e Persa, bem como centenas de despedimentos.
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