Media

CM chega à rádio. Objetivo é ultrapassar as estações de informação, aponta Carlos Rodrigues

Carla Borges Ferreira,

"Os ouvintes é que decidem em quanto tempo, mas o objetivo é alcançar a liderança o mais depressa possível", aponta o diretor-geral de informação.

Uma notícia sobre justiça, do jornalista Carlos Rodrigues Lima, marca o arranque da CM Rádio (CMR), o novo projeto da Medialivre. “É a primeira rádio de notícias em Portugal“, caracteriza Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial do grupo, acrescentando que as rádios de informação, TSF e Rádio Observador, estão “direcionadas para a bolha política-mediática”. “A CMR vais ser o regresso da realidade”, diz, dando como exemplo o tempo em que, quando havia uma notícia, se sintonizava de imediato a TSF.

Apresentando o projeto como “disruptivo” para o meio radiofónico”, Júlio Heitor nas manhãs e Lara Afonso ao fnal da tarde conduzem os períodos nobres da estação. No resto do dias, à antena da rádio chegam vários programas da CMTV, com os jornais da hora de almoço e da noite, os programas sobre futebol ‘Pé em Riste’ e ‘Liga d’Ouro’ e a ‘Noite das Estrelas’ em simultânea na televisão e na rádio.

O futebol — com relatos e comentários dos jogos dos ‘três grandes’ e da Seleção — terá “uma componente muito forte na emissão, bem como a “informação cor de rosa”, prossegue.

É a CMTV na rádio, mas não é a emissão da CMTV. Por cima dos programas da CMTV, construímos o ambiente de rádio“, diz o também diretor do Correio da Manhã, referindo-se em particular aos intervalos da emissão de televisão, que em rádio serão preenchidos por informação de trânsito, música, outras notícias e publicidade.

Na fase de arranque com emissão em FM em Lisboa (90.4) e no Porto (94.8), e digital no site do CM, o objetivo é liderar o segmento de informação. Ou seja, ultrapassar em audiências a Rádio Observador e a TSF, mas também a Antena 1 e a Rádio Renascença. “Os ouvintes é que decidem em quanto tempo, mas o objetivo é alcançar a liderança o mais depressa possível“, aponta como objetivo, reforçando a ideia de que a CMR é “uma rádio de notícias e de palavra”, não uma rádio de informação. “Todos os ouvintes vão ter uma alternativa. E eles é que têm razão”, responde, quando questionado sobre o target da estação.

Com uma equipa de 27 pessoas, às quais se junta “todo o quadro da CMTV e a malha de correspondentes que cobrem todo o país”, a principal dificuldade, aponta Carlos Rodrigues, prende-se com a medição das audiências. “A medição é muito limitada, as audiências são declarativas e não comportamentais e o sucesso é medido de forma diferida“, concretiza. “Na CMTV sei todos os dias o que fizemos bem e mal. Na rádio só se sabe depois, é uma grande dificuldade conceptual”. “Enquanto mercado não se colocar em posição de chegar a acordo, o que parece fácil, temos audiências declarativas, que são muito limitadas”, reforça.

Em relação ao investimento no novo projeto, e sem avançar valores, Carlos Rodrigues refere apenas que “todos os passos são dados sem ultrapassar o tamanho da perna“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.