Marketing

Consumidores entendem que anúncios gerados por IA são mais “chatos” e “confusos”, revela estudo

Rafael Ascensão,

Elementos visuais de baixa qualidade em anúncios gerados por IA aumentam o esforço cognitivo necessário ao seu processamento, distraindo da mensagem pretendida, alerta ainda a NielsenIQ.

Os consumidores identificam de forma intuitiva a maioria dos anúncios gerados através de inteligência artificial (IA), encarando-os como menos envolventes e mais “irritantes”, “chatos” e “confusos” do que os anúncios tradicionais.

As conclusões são de um estudo da NielsenIQ (NIQ) que envolveu a participação de mais de duas mil pessoas, que assistiram a um conjunto de anúncios, sobre os quais deram depois a sua opinião.

As opiniões partilhadas pelos inquiridos sugerem assim que os anúncios gerados por IA podem ter um efeito negativo nas perceções do consumidor, tanto em relação ao anúncio como em relação à marca.

Além disso, os anúncios gerados por IA — incluindo aqueles que foram percecionados como de “alta qualidade” — provocaram uma “ativação de memória mais fraca no cérebro, em comparação com os anúncios tradicionais“, numa reação que “sugere um desalinhamento entre o conteúdo e as estruturas de memória existentes, uma lacuna que pode impedir a motivação dos consumidores para agir”, refere-se numa nota de divulgação do estudo.

Os elementos visuais de baixa qualidade em anúncios gerados por IA aumentam o esforço cognitivo necessário ao seu processamento, distraindo da mensagem pretendida, alerta ainda. Neste sentido, “a execução de alta qualidade é essencial para uma narrativa eficaz e comunicação de marca“, refere-se.

Marta Cyhan-Bowles, chief communications officer and head of global marketing da NIQ, sublinha que apesar de a IA oferecer um potencial empolgante em fases iniciais e em testes de ativos de marca, o conteúdo gerado através desta tecnologia que seja mal executado pode prejudicar o valor da marca.

Mas, embora esta tecnologia emergente possa não substituir imediatamente a criação de anúncios de forma tradicional, as suas possibilidades podem, ainda assim, “aprimorar os processos criativos quando integrados de forma cuidadosa“, acrescenta.

Já Ramon Melgarejo, president, strategic analytics & insights da NIQ, alerta para o facto de as marcas e agências precisarem de ser cautelosas neste campo uma vez que, tal como foi demonstrado no estudo, os consumidores “são bastante sensíveis à autenticidade dos anúncios”. “As marcas devem dar prioridade à avaliação criativa orientada por insights para produzir anúncios eficazes“, acrescenta.

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