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Plano Nacional de Literacia Mediática recebe 16 propostas em consulta pública

Lusa,

Entre as 16 propostas apresentadas estão o reforço da formação inicial e contínua de professores e educadores em literacia mediática, referindo sendo fundamental envolver os jornalistas no plano.

O reforço da formação dos professores e a participação de jornalistas no Plano Nacional de Literacia Mediática (PNLM) são algumas das propostas da consulta pública, segundo informação disponível no site participa.gov.

Entre as 16 propostas apresentadas estão o reforço da formação inicial e contínua de professores e educadores em literacia mediática, referindo sendo fundamental envolver os jornalistas no plano com foco na tarefa de preparação da comunidade para lidar com a desinformação.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) apresenta “sugestões relacionadas com a diversidade de agentes presentes no terreno […], propondo que na listagem de parceiros apresentada na proposta se incluam todos os movimentos associativos/ organizações não governamentais que tenham ação na promoção de medidas e iniciativas de literacia mediática“.

Na consulta pública foram também submetidas “propostas específicas de melhoria”, como a criação de mecanismos que não apenas apoiem mas que incentivem parceiras e trabalho conjunto, para reduzir trabalho duplicado. Outra das ideias propostas defende uma “abordagem intergeracional, considerando a intenção de descentralizar as iniciativas”.

A associação DNS PT sugere medidas e atividades que possam integrar os Planos de Ação anuais, bem como acompanhar e avaliar periodicamente os progressos do plano, sugerindo eventuais ajustes.

Além disso, a associação Literacia para os Media e Jornalismo salienta ser “fundamental garantir os princípios de equidade e abrangência, vertida na prioridade dada à descentralização geográfica das ações a implementar”.

“Apoiar, valorizar e incrementar projetos já existentes nas escolas e possibilitar que escolas possam ter verbas para produzir ‘podcasts’, jornais ou boletins escolares”, é outras das propostas. O levantamento de fatores psicológicos e sociais que impactam a literacia mediática, bem como a criação de conteúdos de educação e sensibilização para a população geral sobre estes fatores, também são propostas.

A comissão para a cidadania e a igualdade de género (CIG) propõe o uso de linguagem inclusiva, através da neutralização ou minimização da especificação do género, bem como acrescentar o combate a discursos de ódio.

A Fundação Calouste Gulbenkian diz estar disponível para partilhar, numa fase posterior, os materiais que tem vindo a desenvolver no âmbito do projeto ‘European Media and Information Fund’ (EMIF) [Fundo Europeu para os Media e Informação].

O PNLM é uma iniciativa do #PortugalMediaLab e estabelece quatro objetivos centrais: “promover a literacia mediática junto de todos os públicos, combater a desinformação e as ‘fake news’, promover um consumo responsável e informado de conteúdos e promover uma cidadania mais informativa e participativa”.

O principal objetivo da iniciativa é consolidar uma estratégia nacional robusta para a LM e o combate à desinformação, como definido no Plano de Ação para Comunicação Social de 2024.

Todas as propostas podem ser consultadas em: https://participa.gov.pt/base/initiatives/nnJXPsWmTI/proposals

Projeto Literacia Mediática nas Escolas arranca no norte do país

Entretanto, o projeto Literacia Mediática nas Escolas arranca esta segunda-feira e pretende capacitar os jovens para um consumo e criação de informação mais crítico, ético e responsável, disse a coordenadora do projeto, Anabela Vasconcelos, em declarações à agência Lusa.

A primeira edição do projeto Literacia Mediática nas Escolas — Formação para jovens sobre Jornalismo e Direitos de Autor é promovida pelo jornal A Verdade, com o apoio do Fundo Cultural VisaPress, e decorre entre fevereiro e maio deste ano. O projeto inclui workshops presenciais em dez escolas secundárias e escolas dos 2.º e 3.º ciclo da região do Tâmega e Sousa, no norte do país.

À agência Lusa, a coordenadora do projeto refere ser necessário “que os alunos adquiram competências para interpretar, questionar e validar a informação com base em factos, bem como compreender a importância do jornalismo e dos diretos de autor“.

Neste sentido, o projeto tem como missão “distinguir notícias verdadeiras de ‘fake news’, verificar fontes e evitar desinformação, produzir conteúdos digitais de forma responsável e compreender e respeitar os direitos de autor no ambiente digital”, disse Anabela Vasconcelos.

Para a responsável, “a ideia do projeto nasceu da crescente preocupação com a desinformação e o impacto das fake news na sociedade, especialmente entre os mais jovens, grandes consumidores de conteúdos digitais“.

Cada sessão do projeto tem uma componente teórica e prática, onde os alunos participam em exercícios interativos sobre verificação de fontes, análise de notícias falsas e produção responsável de conteúdos.

Anabela Vasconcelos conclui dizendo que “o projeto inclui ainda a criação de um microsite, onde serão publicados os registos das sessões realizadas ao longo da iniciativa“.

O projeto Literacia Mediática nas Escolas pretende também reforçar o papel do jornalismo regional como pilar da democracia e da coesão social, promovendo o diálogo entre a imprensa e as comunidades escolares.

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