Marcas que apostam em realidade virtual e aumentada vendem mais
Apesar de, a longo prazo, as empresas beneficiarem de "mais clientes satisfeitos, mais vendas e menos devoluções", são também apontados obstáculos à implementação destas tecnologias.
As marcas que apostam em tecnologias avançadas, como a realidade aumentada e a realidade virtual, têm mais sucesso nas vendas online, revela um estudo do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), de Coimbra.
Entre os principais resultados sentidos pelas marcas estão “o aumento das vendas online, a redução das devoluções e a maior satisfação e confiança“.
De acordo com o estudo “The Impact of Augmented and Virtual Reality on Consumer Engagement and Experience in E-Commerce”, a realidade aumentada (que permite adicionar elementos virtuais num ambiente real) proporciona aos clientes experiências interativas durante a compra.
“Podem ser provas online – as virtual try-ons – ou simulações espaciais: em ambos os casos, o cliente explora o produto intensamente e de maneira imersiva”, explicou a docente do ISMT Maria Nascimento Cunha.
A investigadora referiu que “a realidade aumentada torna possível aos consumidores testar produtos antes de os comprarem, podendo avaliar se estes têm as medidas certas para um determinado espaço de sua casa“. Ikea, Sephora e Ray-Ban são exemplos de marcas que já adotaram esta tecnologia.
Este estudo, que será oficialmente apresentado na sexta-feira e no sábado, no congresso “International Social, Political and Financial Research”, na Turquia, também aborda o impacto da realidade virtual (que permite criar um mundo virtual na sua totalidade, no retalho online).
Maria Nascimento Cunha disse que a realidade virtual “produz simulações imersivas que replicam as lojas físicas ou introduzem novos espaços virtuais”. “Esta inovação tecnológica simula a experiência de compra física, o que fortalece a ligação emocional entre o cliente e a marca”, acrescentou.
Ainda que haja benefícios a longo prazo para as empresas, como “mais clientes satisfeitos, mais vendas e menos devoluções”, são também apontados os obstáculos colocados pela implementação destas duas tecnologias.
Segundo o ISMT, “custos elevados, barreiras de acessibilidade e limitações técnicas” são exemplos desses obstáculos, principalmente na realidade virtual, o que “dificulta seriamente a adaptação aos diferentes públicos-alvo”.
“O e-commerce emergiu como uma força dominante nos últimos anos, alterando os hábitos de compra de consumidores que passaram das lojas físicas para as plataformas online”, lembrou. Neste âmbito, “a realidade aumentada e a realidade virtual surgem, assim, como as soluções mais viáveis para criar experiências de compra mais ricas e interativas no online“.
Para Maria Nascimento Cunha, “estas tecnologias aumentam a conexão emocional dos clientes e resolvem questões cruciais, como a dos limites na visualização de produtos e a falta de envolvimento sensorial, proporcionando experiências imersivas e interativas“.
“A realidade aumentada e a realidade virtual não são tendências passageiras”, mas sim “ferramentas essenciais para impulsionar a inovação e o crescimento no mercado digital”, defendeu a docente.
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