Media

Lucro da RTP encolhe para 341 mil euros em 2024

Fátima Castro,

Há 15 anos consecutivos que a RTP tem apresentado resultados positivos. Em 2024, os lucros recuaram para 341 mil euros, em comparação com os 2,5 milhões do ano anterior.

A RTP fechou 2024 com resultados líquidos positivos pelo décimo quinto ano consecutivo, no valor de 341 mil euros. Em 2023 o lucro tinha sido de 2,5 milhões.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 5,5 milhões de euros, contra os 17,7 milhões registados no ano anterior.

Os resultados foram avançados esta segunda-feira Nicolau Santos, presidente da RTP, na inauguração do novo estúdio da Praça da Alegria, projeto que se enquadra nas obras de requalificação de vários espaços do Centro de Produção do Norte.

O ano passado, o canal, que emprega 1.823 pessoas, investiu 6,8 milhões de euros.A empresa precisa de resultados equilibrados, mas precisa sobretudo de investimento para a máquina continuar a funcionar”, afirma o presidente da RTP, na apresentação dos resultados.

A RTP vai investir 19 milhões de euros no período de dois anos que visa “o rejuvenescimento e modernização e a inovação que a empresa precisa para se preparar para uma fase, com a qual já estamos confrontados em todos os setor do media, que uma aceleração muito grande e uma mudança de paradigma em termos de funcionamento”, afirma o presidente da RTP.

Soube-se também esta segunda-feira que foram mais de 130 os trabalhadores que se candidataram ao plano de saídas voluntárias da RTP na primeira fase, número que ficou acima do previsto. As candidaturas terminaram a 18 de abril e têm um custo previsto para esta fase na ordem dos 5,5 milhões de euros. O teto máximo de saídas nesta primeira fase é de 115 trabalhadores.

“Tivermos uma adesão bastante significa”, refere Nicolau Santos, destacando que “não têm capacidade financeira para negociar todas as saídas”. Uma segunda fase de saídas voluntárias está prevista para o final do ano, mas dependerá de financiamento.

No início de março a estação celebrou com o Governo um novo contrato de concessão do serviço público de media. O documento autoriza a administração da RTP a proceder ao lançamento e ao encerramento de serviços de programas televisivos e radiofónicos mas, acolhendo os pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Conselho Geral Independente, prevê o parecer prévio, mas não vinculativo do Conselho de Opinião.

Em relação à publicidade, manteve-se a recomendação de que a RTP1 “deve ser tendencialmente” não financiada por publicidade televisiva comercial, “não podendo esta, em qualquer circunstância, exceder 12 minutos em cada período de 2 horas”. Ou seja, em vez dos anteriores seis minutos por hora, a estação mantém os 12 minutos para o espaço de duas horas, mas com liberdade para os distribuir de outra forma.

O novo contrato de concessão do serviço público de media é encarado como um “sinal de confiança” em quem gere a RTP, segundo disse Pedro Duarte, ministro com a tutela da comunicação social, na cerimónia de assinatura do contrato. O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que para haver independência na informação e programação, “é importante que também haja independência nos próprios meios de gestão, recursos alocados e na capacidade da empresa se organizar de uma determinada maneira”.

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