Rádio pública norte-americana avança com processo contra Trump por corte de financiamento
O processo foi movido pela NPR e por outras três estações associadas. Querem que a diretriz de Trump de cortar o financiamento seja bloqueada permanentemente e declarada inconstitucional.
A National Public Radio (NPR) avançou com um processo contra Donald Trump esta terça-feira, pela sua diretriz de cortar todo o financiamento federal. No início do mês, o Presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva com o objetivo de cortar os subsídios públicos à rádio e à televisão públicas, a NPR e a PBS, acusando as emissoras de parcialidade.
Segundo a NPR, a medida de Trump viola as proteções da Primeira Emenda à liberdade de expressão e à imprensa, bem como a autoridade do Congresso, refere a CNBC e “ameaça a existência de um sistema de rádio público do qual milhões de americanos em todo o país dependem para obter notícias e informações vitais”.
A NPR exige que a diretriz de Trump seja bloqueada permanentemente e declarada inconstitucional. O objetivo da medida de Trump, segundo os advogados da NPR, é “punir e controlar a cobertura jornalística e discursos que considere ‘tendenciosos’”, algo que “não se pode manter”.
Tanto a NPR como a PBS (Public Broadcasting Service) já tinham prometido contestar a ordem executiva do Presidente norte-americano, que referiu que os meios de comunicação públicos recebem milhões de dólares dos contribuintes para difundirem “propaganda radical disfarçada de notícias”.
Embora os fundos federais representem cerca de 1% do orçamento total da NPR, significam entre 8% e 10% para as mais de 1.300 estações que integram a sua rede. Três delas juntaram-se ao processo da NPR: a Rádio Pública do Colorado e as estações locais Aspen Public Radio e KSUT, a última das quais transmite para quatro tribos de nativos americanos nos estados do Arizona, Colorado, Novo México e Utah.
O ataque à NPR e à PBS não é o primeiro do atual Governo norte-americano aos media públicos: em março, Trump ordenou o encerramento da Agência dos Estados Unidos para os ‘Media’ Globais (USAGM), o que levou à suspensão das operações da rádio Voz da América e à demissão de mais de 1.300 funcionários, que também processaram o Governo.
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