Da Galp à Efacec, estes 64 consórcios vão receber apoio do PRR
Pelo caminho ficaram 37 consórcios porque a sua classificação final foi apenas de “razoável” e não “muito bom”. Houve 24 consórcios considerados não elegíveis e 19 receberam um parecer não favorável.
Foram escolhidos 64 consórcios entre os 144 que se candidataram às agendas mobilizadoras no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. Em causa está um investimento total de 9,78 mil milhões de euros, de acordo com os dados publicados pelo IAPMEI.
As Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial pretendem consolidar e expandir sinergias entre o tecido empresarial e o sistema científico e tecnológico em Portugal, contribuindo para aumentar a competitividade e resiliência da economia portuguesa, com base em I&D, na inovação e na diversificação e especialização da estrutura produtiva.
A dotação reservada para estas agendas foi de 930 milhões de euros, mas tendo em conta a avalanche de candidaturas o ministro da Economia há muitos meses que admitiu rever em alta este valor recorrendo aos 2,7 mil milhões que Portugal reservou junto de Bruxelas na vertente de empréstimos da bazuca. Dinheiro que apenas será usado para apoiar empresas seja nas agendas mobilizadoras seja em capitalização. E apesar de ser um empréstimo o Governo já se comprometeu em suportar os custos dos juros para que as empresas possam beneficiar também deste apoio a fundo perdido.
Estas 64 agendas terão agora acesso à fase seguinte para a apresentação de candidaturas a financiamento e constituídas por propostas finais. Nem todas poderão ser escolhidas. Só nessa altura vão ficar a saber as condições exatas do financiamento, embora se saiba que o apoio concedido será a fundo perdido.
Pelo caminho ficaram 37 consórcios, apesar de serem elegíveis a sua classificação final foi apenas de “razoável” e não “muito bom” como as escolhidas. Por outro lado, houve 24 consórcios que foram considerados não elegíveis e 19 receberam um parecer não favorável.
As duas empresas que se propõem fazer investimentos mais avultados no âmbito do PRR são a Galp e a Efacec, ambas conseguiram ver dois projetos serem identificados como elegíveis. Em causa estão 1,66 e 1,29 mil milhões de euros de investimento respetivamente.
A Galp pretende investir 958 milhões de euros, que serão acompanhados por mais 22,14 milhões de outras entidades como o INESC TEC, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, a Savannah ou a Universidade de Aveiro, num projeto na cadeia de valor das baterias de lítio. Já no segundo projeto que lidera pretende investir 710,7 milhões de euros em hidrogénio e energia verde.
Aliás, no top 10 das candidaturas mais avultadas apenas a Lusorecursos viu o seu projeto ser chumbado.
A maior parte dos consórcios aprovados são pactos de inovação (43), ou seja, têm um valor de investimento indicativo mínimo de 50 milhões de euros, são desenvolvidos por um consórcio que integra, preferencialmente, um mínimo de dez entidades, incluindo empresas e entidades não empresariais do sistema de I&I (ENESII) e têm de estar concluídos e com resultados concretizados até 31 de dezembro de 2025.
Já os projetos mobilizadores de agendas de inovação são 18 e devem ter um valor de investimento indicativo mínimo de 20 milhões de euros e uma duração máxima de 36 meses. Estes projetos são desenvolvidos “através da integração, quer de componentes de I&D a realizar por instituições de I&I ou empresas, quer de investimento produtivo necessário à produção de novos bens e serviços inovadores a partir do conhecimento transferido”.
Há dois projetos que não têm receberam nenhuma destas classificações.
Em termos temáticos, a maior parte dos consórcios vai trabalhar nas áreas de tecnologia de informação e comunicação (12) ou da tecnologia de produção e indústrias de produto (12). Mas também há projetos na área da energia (9), da saúde (5) ou um no turismo.
Os 930 milhões de euros de dotação das agendas mobilizadoras estão divididos em 558 milhões de euros, para as agendas mobilizadoras para a inovação Empresarial e 372 milhões de euros para as agendas verdes para a inovação empresarial. E nesta gaveta 100% verde só encaixam 12 dos 64 consórcios selecionados, é por exemplo o caso dos projetos liderados pela Acuinava, que desenvolve atividades piscícolas (594 milhões), Prio (563milhões), NOS (274 milhões), Navigator (184 milhões) ou Logoplaste (40 milhões).
As agendas mobilizadoras têm associadas três metas: aumentar o volume das exportações de bens e serviços para 53% do PIB até 2030, aumentar o investimento em I&D para atingir 3% do PIB até 2030 e contribuir para a dupla transição digital e climática através da redução das emissões de CO2 em 55% até 2030. Metas que até podem ser mais facilmente atingidas tendo em conta a maior concentração no investimento produtivo (62%) e no investimento em Investigação, Desenvolvimento e Inovação – I&DI (34%).
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