“Banco Fomento com mais autonomia ganhava celeridade”, diz presidente da AEP

Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP, reconhece a energia e "vontade enorme para colocar as coisas a funcionar" por parte da nova administração do BFP, mas as mudanças ainda não se sentem.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal defende que o Banco de Fomento (BPF) deveria ter mais autonomia não só face aos ministérios, mas também às mudanças de ciclo político. “Ganhava-se na celeridade da implementação de um conjunto de produtos e serviço”, diz Luís Miguel Ribeiro.

O responsável espera que se as eleições antecipadas determinarem uma mudança da cor partidária, isso não tenha impactos na administração do Banco do Fomento. “Espero que isso não seja uma prática, porque senão estamos sempre a voltar atrás”, diz no ECO dos Fundos, o podcast semanal do ECO.

Luís Miguel Ribeiro reconhece a energia e “vontade enorme para colocar as coisas a funcionar” por parte da nova administração do Banco de Fomento, mas as mudanças ainda não se sentem, admite.

Já sente mudanças no Banco de Fomento desde que houve a alteração da administração?

Tive uma reunião com os novos responsáveis do Banco de Fomento, partilhámos aquilo que são as nossas preocupações, foi-nos dito aquilo que já está em andamento, aquilo que irá ser em breve também disponibilizado para as empresas. Sinto que há uma energia bastante grande e uma vontade enorme para colocar as coisas a funcionar. Há, de facto, conhecimento e noção daquilo que são as necessidades e o que deve ser o papel do Banco de Fomento, e também estamos alinhados com isso. Ainda não estamos a sentir isso. Embora haja já as aprovações prévias de um conjunto de empresas para depois concorrer a apoio.

As garantias pré-aprovadas.

Há aqui uma mudança que é significativa. A garantia é atribuída à empresa e esta, depois, vai negociar com a entidade financeira que lhe der as melhores condições. É uma diferença grande. Agora, é preciso pôr isto em prática. Acredito que aquela equipa com quem reunimos está, de facto, com muita energia, bem-intencionada, com as prioridades bem definidas. Espero que seja possível concretizar e, mais uma vez, espero que esta questão também de política não venha…

Se as eleições antecipadas determinarem uma mudança da cor partidária, teme que teremos uma nova mudança na administração do Banco do Fomento?

Espero que não. Espero que isso não seja uma prática, porque senão estamos sempre a voltar atrás para depois ter uma nova equipa a iniciar processos, etc. E para além disso…

Mas foi isso que vimos, por exemplo, no Compete, no IAPMEI… Historicamente, no país, tem sido assim…

Percebe-se que as pessoas que estão na liderança de determinadas pastas querem ter pessoas da sua confiança. Mas é preciso perceber o que isso implica depois na boa execução e na celeridade que é preciso para tratarmos das coisas. Se o Banco Fomento tivesse mais autonomia, se ficasse menos dependente de decisões dos ministérios, ganhava-se na celeridade da implementação de um conjunto de produtos e serviços que o banco quer implementar, e também nesta autonomia e menor dependência de mudança de ciclos.

Todos temos consciência de que vamos viver ciclos sempre curtos na política, atendendo àquilo que é hoje a composição do Parlamento, e todo este processo que temos vindo a assistir. Daquilo que antevejo, estes ciclos vão continuar curtos, porque, provavelmente, vamos ter resultados que não vão permitir a estabilidade para fazer reformas estruturais e que causa alguma instabilidade nestes organismos que precisam de mais tempo para colocar em prática produtos e serviços e, sobretudo, para apresentar resultados.

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