Criar valor no destino a partir da sustentabilidade
A sustentabilidade ambiental em Cascais é criadora do valor acrescentado que o turismo tem de ter e esse resultado tem de ser investido na qualidade de vida de todos.
Cascais acaba de receber o prémio Platina dos Green Destination Awards, numa cerimónia das mais prestigiadas do setor do turismo e que reconhece o compromisso do município a favor do ambiente e da qualidade de vida dos habitantes.
A sustentabilidade é uma característica criadora do valor acrescentado que a atividade turística deve conter. Esta podia ser a razão do trabalho ambiental que temos vindo a desenvolver em Cascais, mas não é. É uma das consequências das políticas ambientais que têm no seu centro as pessoas que aqui vivem.
A sustentabilidade engloba vários fatores. A preservação do espaço natural só é possível quando o administramos em conjunto com os proprietários de terrenos rurais, como temos no PNS-C, e com os utilizadores do espaço público. As áreas protegidas não podem retirar valor económico às propriedades e às atividades. Elas têm de ser, ao mesmo tempo, promotoras de biodiversidade, de valorização do património existente e catalisadoras do desenvolvimento de atividades económicas.
O que fazemos em Cascais é cirúrgico e contínuo para defender as paisagens protegidas da sobre-exploração turística. Ao mesmo tempo conseguimos oferecer mais-valias para a atividade económica. As Dunas da Cresmina e do Guincho são um bom exemplo: podiam entrar rapidamente em colapso se o controlo da visitação não tivesse sido progressivamente implantado. Definimos uma capacidade de carga muito baixa. Levantámos caminhos que permitem observar mas não pisar. Agora, o que temos são paisagens de postal com o benefício para as espécies endémicas, mas também para as atividades turísticas da natureza.
Ao invés de deixarmos fugir os habitantes locais para que sejam substituídos por turistas, fazemos um trabalho diário para manter a comunidade cascalense envolvida no espaço público e a beneficiar das políticas ambientais. Os cascalenses começam nas escolas a receber formação para as boas práticas, através do Programa de Sensibilização Ambiental. Estamos a empoderar os nossos jovens para virem a ser adultos participativos e exigentes. A participação dos nossos munícipes é evidente nos programas de cidadania, no aumento constante das taxas de reciclagem, na adesão a novos sistemas como a recolha seletiva de biorresíduos.
Fazemos, não só no espaço natural como no urbanizado, um trabalho contínuo de aumento da área de espaços verdes e de árvores plantadas. Fomentamos hortas comunitárias, produção local de alimentos biológicos e sazonais, e ciclos curtos de produção e consumo. A Santini lançou recentemente um gelado de limão da Quinta do Pisão, que é um exemplo de como uma preocupação ambiental pode resultar num delicioso produto de valor acrescentado para uma atividade económica.
A mobilidade suave, os transportes públicos gratuitos e não poluentes, a criação de energia fazem todos parte do presente sustentável de Cascais. E os investimentos avultados que necessitam são possíveis pela redistribuição dos resultados dos atividades económicas, entre as quais o turismo. E aqui voltamos ao início: a sustentabilidade ambiental em Cascais é criadora do valor acrescentado que o turismo tem de ter e esse resultado tem de ser investido na qualidade de vida de todos.
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