Desbravar o futuro do digital commerce

  • Pedro Pinto
  • 5 Julho 2023

Estamos a caminho de uma nova era de comércio digital, onde a distinção entre o físico e o online será meramente uma vaga lembrança. O futuro já chegou.

No horizonte de duas décadas, a área de digital commerce promete ultrapassar os limites do que hoje achamos possível. Acompanhando o ritmo de evolução atual, não deveremos ficar espantados se a forma como compramos — bem como o que compramos e a quem o compramos — for reconstruída uma vez mais por uma nova transformação.

Os últimos 20 Anos: de rudimentar a revolucionário

No início do novo milénio, o comércio digital era rudimentar e visto como uma ideia retirada de um filme de ficção científica, com a internet e o e-commerce a surgirem como novidade para todos. Contudo, com o passar dos anos, o comércio digital sofreu uma transformação dramática.

A ascensão da internet, dos smartphones e das redes sociais trouxe consigo o comércio mobile e social, enquanto a inteligência artificial e os algoritmos de aprendizagem automática impulsionaram mecanismos de personalização e automação robustos. Assim, o negócio evoluiu, em grande parte, de um modelo físico para um ecossistema digital seguro e conveniente.

A evolução e as tendências do Digital Commerce em Portugal

Hoje, e de acordo com o estudo “Commerce & Last Mile”, da Deloitte, o comércio eletrónico em Portugal continua a crescer, duplicando os valores do período pré-pandémico. Atualmente, a maioria (62%) das empresas em Portugal tem presença online, através de websites ou redes sociais. Contudo, a grande maioria das empresas portuguesas enfrenta o desafio de conseguir capitalizar a oportunidade de entrada no digital (apenas 16% destas empresas tem um canal de vendas online).

Com este panorama, as marcas têm de estar prontas para responder às necessidades emergentes dos consumidores e das empresas. Uma presença digital completa é fundamental. Ela deve ser capaz de abranger todas as dimensões do negócio, possibilitando que as transações B2C e B2B tenham um lugar forte na estratégia empresarial.

Os modelos tradicionais de negócio e de promoção, por sua vez, devem ser complementados e estendidos por modelos emergentes. É aqui que os online marketplaces entram, permitindo às marcas expandir as suas ofertas e aumentar as receitas, bem como o social commerce, que estimula o envolvimento autêntico com os consumidores. O commerce B2B, por sua vez, está a redefinir o que é possível nas relações entre comprador e vendedor, melhorando a eficiência e a satisfação do cliente.

É preciso também questionar como estamos a aproveitar as mais recentes inovações disruptivas, onde a Inteligência Artificial e, agora, a GenAI, se destacam como uma força avassaladora para as empresas líderes, permitindo automação e eficiência sem precedentes. Por sua vez, a realidade aumentada torna-se cada vez mais uma ambição presente, que começa a trazer impacto real para as empresas, proporcionando experiências imersivas que podem melhorar o envolvimento do cliente e aumentar as vendas.

Por último, o crescimento da penetração de composable commerce reformulou a forma como a tecnologia serve o E-Commerce, permitindo que as empresas se adaptem e evoluam de forma mais ágil, segura e future-proofed, à medida que necessidades das empresas se alteram.

Os próximos 20 Anos: uma linha que desaparece

Em breve, a linha entre o commerce físico e digital deverá desvanecer-se por completo. Nós, os consumidores, estaremos imersos na experiência de compra, explorando produtos virtualmente e desfrutando de uma personalização sem precedentes, enquanto a automação agilizará muitos dos nossos processos de compra e venda que hoje presenciamos.

Estamos a caminho de uma nova era de comércio digital, onde a distinção entre o físico e o online será meramente uma vaga lembrança. É hoje fundamental que as empresas portuguesas se preparem e apostem de forma sólida para evoluir a sua estratégia de venda digital. O futuro já chegou.

  • Pedro Pinto
  • Partner da Deloitte

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