Leituras de fim-de-semana

  • Luís Mergulhão
  • 28 Abril 2023

Os limites à concentração de AdTechs, a visão de um poeta a propósito do ChatGPT e a controvérsia do Badge Azul no Twitter.

Soubemos esta semana do bloqueio decidido pela entidade reguladora antitrust do Reino Unido, Competition and Markets Authority (cma), ao negócio de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por $75 bn, anunciado ainda em 2022. O título do The Economist não poderia ser mais acertivo: “Britain shoots down Microsoft’s $69bn Activision deal”, acrescentando “The ruling will reverberate worldwide”. Como notava o Financial Times na sua edição de quarta-feira, “If it goes through, the deal will make Microsoft the third-biggest gaming company by revenue, behind China’s Tencent and Japan’s Sony. Microsoft will have to pay a break fee of as much as $3bn if it falls apart”. Se houvesse sinal do impacto negativo que uma decisão deste tipo pode ter num projeto de desenvolvimento de negócio de escala global, extravasando o âmbito formal da decisão, eis aqui um bom exemplo. A repensar os antigos (mas ainda em vigor) modelos de regulação, para que sejam úteis e tenham sentido num mundo que já mudou.

As controvérsias (e por vezes indevidas utilizações) envolvendo o ChatGPT continuam sem parar, desta vez envolvendo uma revista alemã Die Aktulle, que viu o seu editor despedido por ter forjado uma entrevista com o conhecido antigo campeão mundial de F1, Michael Schumacher. “The latest edition of Die Aktuelle ran a front cover with a picture of a smiling Schumacher and the headline promising “Michael Schumacher, the first interview”. The strapline added: “it sounded deceptively real”. Inside, it emerged the quotes had been produced by AI”, noticiava o The Guardian no fim-de-semana passado. Mas, a par das lícitas indignações geradas por estas utilizações, um artigo do poeta americano Jaswinder Bolina publicado no Washington Post na mesma altura colocava o tema noutra perspetiva: “How to defend against the rise of ChatGPT? Think like a poet”.

A recente decisão de Elon Musk de introduzir badges de certificação (ou de sinalização) a diferentes tipo de contos do Twitter, tem claramente como objetivo, e sem o esconder, a maior monetização daquela rede social. Como tal têm de ser entendidas, quer as classificação impostas há poucas semanas de muitos perfis de media como dependentes dos governos (o debate sobre a BBC foi um bom exemplo), quer as recentes atribuições “generosamente gratuitas” a perfis com mais de 1 milhão de seguidores dessa certificação, mesmo que se tratem de personalidades que já não fazem parte do reino do vivos (souberam-se esta semana dos casos, por exemplo, de Anthony Bourdain, Kobe Bryant, e Jamal Khashoggi); ou de outras, colocadas no respetivos perfis, sem o pedido ou consentimento de quem militantemente se têm posicionado contra esta medida (veja-se James Lebron ou de Stephen King). No fundo, no fundo, that’s all about business.

Boas leituras para o fim-de-semana!

28 de Abril de 2023

  • Luís Mergulhão
  • Presidente & CEO Omnicom MediaGroup Portugal

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